E eis a parte final do capítulo doze, também. Como vimos, Ramsus, o cara que obrigou Fei e Bart a lutarem juntos, e no limite, não saiu nem na foto enfrentando o misterioso (sério? Ninguém sabe mesmo quem é? Ah, vá...) Omnigear Vermelho. E agora que o Gear do Ramsus já era, a coisa vai escolher um alvo que ainda aguente brincar.
Bom domingo, pessoas! Forte amplexo do Louco.
(...)
Sem parecer dar qualquer atenção
ao outro, o Omnigear o soltou no ar e girou, atingindo-o com um chute e
jogando-o na areia completamente fora de combate, tendo ainda arrancado sua
perna esquerda com o último golpe. Mas ele ainda estava longe de ficar
satisfeito e correu na direção de Brigandier, e Bart ficou em guarda.
_ Tch! Fique longe!!
O Gear branco de Miang alcançou o
que restava do Wyvern e pairou sobre ele, abaixando-se gentilmente para
recolhê-lo.
_ Comandante... vamos nos
retirar!
_ Não faça nada precipitado,
Miang! – advertiu Ramsus – Eu ainda tenho um braço!!
_ Estamos nos retirando! – ela
insistiu, sem dar espaço a contradições – Parece que aquele cachorro louco achou
um novo brinquedo.
As asas de energia criavam uma
aura esverdeada em torno do Omnigear e espalhavam areia por toda a parte,
enquanto ele pairava diante do Brigandier.
_ Bem, agora que minha mola
motora está aquecida... vamos começar o evento principal!!
_ Hoje é o meu dia de azar – Bart
comentou, quase parecendo conformado – Por que isso tem que acontecer agora?
Ah, bom... Vamos acabar com isso!
Apesar da sua fama de brigão,
Bart realmente não gostava de combater. No entanto, ninguém poderia chamá-lo de
covarde. A diferença de forças era patente e, mesmo assim, ele não tentou fugir
em momento algum. Ramsus, que quase o vencera até a chegada de Fei em Aveh, não
pudera sequer incomodar o Omnigear... mas ele tratou logo de partir para o
ataque, ativando seus Turbos e tentando atacar mais depressa.
Usando seu novo ‘Golpe da
Serpente’, Brigandier saltou e prendeu a cabeça do Omnigear, mantendo-o preso
no chicote direito enquanto o esquerdo afundava na areia, prendia as pernas do
adversário e o puxava para derruba-lo... mas o Omnigear meramente saltou para
trás quando puxado, caindo de pé e continuando na espera.
Ele tentou seu ‘Disco Celestial’,
usando a Máquina de Ether do Brigandier. O Omnigear ficou parado e mal se moveu
quando atingido.
Brigandier usou o ‘Sorriso
Selvagem’ para diminuir a visão do outro e depois um ‘Chicote em Cadeia’. E
mesmo assim, o Omnigear nem tentou se mover para desviar. Cansado, assustado e
um tanto irritado com o descaso do outro, Bart comandou o Brigandier para um
ataque direto, que foi subitamente interrompido quando o Omnigear agarrou o
braço direito do Gear pirata e Bart ouviu apenas:
_ É a minha vez.
O Omnigear empurrou Brigandier
para trás e Bart mal começara a cambalear quando o outro o atingiu com as duas
mãos espalmadas no peito, fazendo o Brigandier voar para trás e Bart gritar,
enquanto seu Gear tombava e todos os sensores de dano indicavam problemas.
Antes mesmo que ele caísse
propriamente no chão, o Omnigear encerrou o ataque com uma nova seqüência de
seus punhos que dilacerou completamente a armadura do Brigandier com ondas de
choque negras, uma técnica muito parecida com a que Fei usara no Calamidade
durante a saída da Caverna de Estalactites, caso Bart tivesse visto ou se
lembrasse para comparar.
Brigandier caiu semidestruído no
deserto enquanto a tripulação da Yggdrasil emudecia. Mas Sigurd viu seu jovem
mestre cair e passou imediatamente à ação.
_ Motor, preparar para força
máxima!! Jerico! Me dê o leme!
_ Mas primeiro imediato – objetou
o navegador – Agora, com os redutores de efeito fora de funcionamento, se
correr à velocidade máxima, a nave não vai resistir à fricção!
_ Ela pode ‘saltar’ devido ao
Efeito Bernoulli nas asas de superfície ao invés disso! – retrucou Sigurd,
preparando-se.
_ Primeiro imediato!
_ Nunca se esqueça! – Sigurd
voltou-se com olhos decididos para o navegador, que emudeceu – A Yggdrasil não
é nada sem o jovem mestre!! Força total! Velocidade máxima!!
Quem tivesse a oportunidade de
ver com certeza não se esqueceria nunca daquele momento. A gigantesca nave
pirata Yggdrasil começou a correr pelo deserto com dificuldade, os solavancos
aumentando com a velocidade mas sempre seguindo rumo ao local onde Bart caíra.
As asas de superfície se abriram e a proa começou a empinar. O controle ficou
mais e mais difícil, mas o pulso firme de Sigurd manteve a direção. E a nave
começou a subir.
O Omnigear vermelho estava
parado, enquanto Bart juntara seus pedaços e pretendia fazer um último
movimento. Era tudo o que Brigandier ainda poderia fazer depois do ataque
sofrido, e ele pretendia ao menos tombar lutando. Então, o deserto pareceu
escurecer e ambos olharam para o alto, enquanto o casco da Yggdrasil encobriu o
sol e caiu sobre eles.
Bart, que planejara um último
golpe, mudou de idéia e usou seu último movimento para se afastar da área de
impacto. E até mesmo o Omnigear vermelho, se houvesse alguém para ver, parecia
estar profundamente admirado daquilo. Um segundo depois, a nave pirata aterrou
violentamente e todo o deserto estremeceu. Brigandier, no entanto, estava fora
da área da queda.
_ Jovem mestre! – chamou Sigurd –
Você está bem?!
_ Não exagera, Sig... Tentar
fazer a nossa nave ‘voar’?! – ele parecia ótimo, com o mesmo tom brincalhão de
sempre, o que foi um alívio para Sigurd – Quando voltarmos, vai levar um mês
pra colocar essa pilha de sucata funcionando de novo.
_ Ha... Ha ha... Você parece
estar bem!
_ Putz!! – e Bart suspirou de
alívio – Afinal, o que era aquele monstro?
Antes que Sigurd pudesse
responder, o casco subitamente se moveu como se enrugasse e Bart soube no ato
que aquilo não era efeito da queda. Algo não estava certo.
_ Sig! O que é que tá havendo?
_ A nave...? – Sigurd também
estava confuso – O motor deveria ter se perdido, mas...
A Yggdrasil começou a centelhar e
ranger, protestando contra a impossibilidade que acontecia, e mediante os
olhares surpresos de Bartholomew Fatima e toda a sua tripulação, o cruzador de
areia deixou o solo do deserto. Abaixo dele, com o braço direito erguido
enquanto flutuava para cima, o Omnigear vermelho estava ileso.
A visão era aterrorizante.
Aquela... coisa estava erguendo a nave inteira com uma só mão e sem
fazer qualquer esforço aparente. A nave vazava areia por todos os lados e
manteve-se inteira só por um instante, antes que a proa e a popa se curvassem e
apenas o corpo central continuasse inteiro, sustentado pelo Omnigear.
_ Isso foi muito interessante –
comentou a voz desconhecida, num tom de quase admiração – Mas derrubar uma nave
de guerra em mim é trapacear... Pegue de volta!
Bart tornou a ver o sol ser
encoberto enquanto a sua Yggdrasil foi arremessada sobre si sem qualquer
esforço. Desta vez no entanto, os sistemas do Brigandier estavam exauridos e
ele simplesmente não tinha para onde correr. Todo o seu painel apagara, e ele
sabia que não sairia dali.
_ Sig, Maison! Aaahhhh!!
Na ponte de comando a nave
inteira se inclinara e as luzes e sinais de alerta gritavam enquanto a voz da tripulação
se confundia nos comunicadores internos:
_ A bomba de areia, redutores de
efeito e as brocas de propulsão, estão todos fora do ar!!
_ Motor principal, motor de
apoio, ativar a autofuga! Transferir energia para as baterias! Índice de saída
0.5, tempo para operação... 500!
_ A terceira ponte... está
arruinada! – avisou Franz.
_ A seção do hangar, a seção de
armamentos e até o casco de pressão foram destruídos!!! Não podemos impedir a
areia de entrar!
_ Trancar cada seção
completamente – ordenou Sigurd – e iniciar operação independente!!
_ Assim o controle de danos não
vai se mover! – objetou Franz – O buraco não será coberto!
_ Está tudo bem... De qualquer
modo, é impossível salvar a nave inteira. Nossa prioridade é garantir a ponte!
Reúnam todos na ponte imediatamente!
A ordem de Sigurd foi passada e o
imediato voltou-se com pesar. Então, deparou com Citan e Maison ainda ali e
lembrou-se de mais um dever.
_ ... Hyuga... Não... Você agora
é Citan. Você precisa sair. Vou pedir a Maison que o leve a um casulo de fuga.
_ Eu não posso deixar todos vocês
assim...?!
_ Não temos o direito de mantê-lo
aqui e faze-lo se envolver – Sigurd tornou – Se vir Kahr e Miang outra vez,
tenha certeza de fazê-los pagar por mim. Maison... Por favor, mostre o caminho
a ele.
_ Por aqui, por favor.
Sem mais nada que pudesse ser
dito ou feito, Citan se foi. Ele e seu Gear Heimdall estavam a bordo do casulo
e se afastaram da condenada nave pirata, para aterrisar coincidentemente nos
limites da fronteira de Kislev. Talvez fosse obra do vento.
E uma visão curiosa o aguardava
quando desceu, o que o fez investigar ao passar pelas proximidades da colina
onde um dia a frota de Vanderkaum estivera. O som de passos metálicos de
Heimdall se fez ouvir até que ele parou diante de uma pilha de escombros
fumegantes. Não dava para dizer com certeza o que aquilo tudo fora, mas haviam
garras de metal retorcidas e canhões destroçados largados sobre a areia, e isso
bastou para que Citan o reconhecesse.
_ Isso é... o Dora. Ele estava estacionado
aqui? Isso foi muito descuido da minha parte...
Mais surpreendente que o Gear
pesado ali, no entanto, era a situação em que ele estava. Conhecedor do arsenal
da Gebler, Citan não podia pensar em muitas coisas no mundo que pudessem
reduzir o Dora àquela condição. Mas...
_ Mas, sua condição... É
exatamente a mesma dos outros que ‘ele’ destruiu...
CAN FIND THE ANSWER, AND THEN
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