domingo, fevereiro 22

Capítulo Doze Ponto Dois!

Tarde de domingo! Domingo de sol! Domingo de calor... até demais -_-' Ao menos, aquele horário de verão enjoado finalmente terminou (que me perdoe quem gosta, mas não é o meu caso). Saudações do Louco!

Quais as consequências do Grahf se meter na luta entre Fei e Vanderkaum? E o Bart e o pessoal da Yggdrasil, como estão indo? Como vão sair daquele cerco?

Tudo respondido hoje. E, sem spoilers...Mas vocês vão ficar com mais dúvidas ainda até o final. Ou não, né... ^_^

(...)

Distantes demais para entender o que fora dito, mas vendo o Gear de bronze se afastar dos restos do Dora, tanto Fei quanto os piratas estavam confusos.
_ ... O que era aquilo? O sujeito de agora há pouco? – perguntou Maitreya, mas Fei estava perdido nos próprios pensamentos. Aquilo se parecia com alguma técnica, mas não era nada que ele conhecesse.
“Eles... Por que eles...? O que fizeram?”
Apenas o vento do deserto respondeu por algum tempo, enquanto a fumaça das naves destruídas de Vanderkaum esmorecia aos ventos. Então, um comunicado de rádio alcançou os Gears piratas, e um dos pilotos transmitiu a mensagem.
_ Oh não! General! General Maitreya! Pegamos uma mensagem em código R! Não estou certo, mas parece que o jovem mestre está em apuros!! Não temos tempo pra esse sucateiro!
Foi a última coisa que o soldado disse antes que um disparo de energia maciça varresse seu Gear do deserto. Fei, Maitreya e o resto da unidade se voltaram para ver o Dora de Vanderkaum novamente ativo e cintilando com poder, mais ameaçador do que nunca.
_ Vocês aí... O que estão fazendo, me ignorando e olhando para o lado...? Eu vou matar todos vocês!!
E para provar o que dizia, vários jorros de energia começaram a brotar dos canhões do Dora e colunas de luz subiam em cada ponto onde atingiam, enchendo o deserto de sons e luzes intensos dos disparos de energia de reação. Maitreya avançou com seu Gear e deteve-se por um momento, voltando-se para Weltall.
_ Fei, reúna os feridos e volte para o jovem mestre. Depressa! Minha unidade vai ficar pra trás e tentar conseguir algum tempo.
_ Não seja idiota! Eu vou ficar também!
_ Cale a boca e escute, garoto! Você é o convidado do jovem mestre! Eu não posso te deixar morrer aqui!
_ Mas...
_ O jovem mestre... – a voz de Maitreya agora era baixa, como quem fazia um pedido – O que ele realmente precisa agora é a sua força. Por favor, vá ajuda-lo. Eu imploro.
Fei ficou sem palavras diante do apelo do General Maitreya. Não lhe parecia certo partir daquele jeito, mas como negar aquele pedido? E Maitreya ativou seu Gear, ordenando:
_ Farrant! Vind! Vamos andando!!
Tudo o mais pareceu um filme em avanço rápido para Fei. Os Deurmods vermelhos dos piratas correndo, confrontando o gigantesco Dora...
(Pare!)
... e sendo subjugados por seus canhões e garras.
(Pare com isso!)
Um a um, aqueles homens valorosos e suas máquinas caíram. E o som de seu próprio coração pareceu de repente alto, terrivelmente alto, a ponto de encobrir até mesmo o som da batalha.
(P-por favor... Pare!)
Mais sons. Metal sendo destroçado, e o pulso do seu coração. Gritos que se perdiam em meio às explosões, e seu coração. O pulso do seu coração parecia crescer e engolir a tudo. Fei pedia baixinho que tudo aquilo parasse, incapaz de fazer qualquer coisa. Foi quando ele soube o que fazer, ergueu a cabeça e abriu seus olhos.
Longe no deserto, a Yggdrasil corria desabaladamente na superfície e deixando um rastro de fumaça atrás de si. O incêndio fora extinto, mas as condições estavam péssimas. O Brigandier de Bart conduzia a nave através do grande timão exterior e o líder dos piratas pesou sua situação.
_ Cercado, hein? Como é que estão os reparos?
_ O motor principal e os osciladores dos redutores de efeito estão quase ilesos – avisou o engenheiro – mas as conexões elétricas entre eles foram perdidas. Estamos desviando a conexão principal e tentando remendar toda a energia que pudermos, mas só vai nos dar 70% da nossa força máxima costumeira na melhor das hipóteses. As brocas propulsoras não estão danificadas, mas podem ser, se a areia não puder ser granulada. Nós faremos velocidade de batalha três... mal e mal.
_ Sig! – chamou Bart – O que o senhor ‘Ninguém Pode Comigo’ da Gebler tem pra dizer?
_ Ele esteve quieto desde a primeira exigência de rendição.
Bart ficou em silêncio por instante, olhando em volta. A Yggdrasil estava cercada por uma frota inteira da Gebler que corria ao seu redor como uma cerca viva. A coisa mais sensata a fazer, dada a sua situação e a de Nisan, seria aceitar a rendição imposta por Ramsus. Então ele sorriu, feliz consigo mesmo por nunca ter sido muito sensato.
_ Todo o pessoal para os postos de batalha. O plano é escapar à força assim que os conectores estiverem ligados.
_ Jovem mestre! – exclamou Sigurd.
_ Sig, escuta: a rendição não vai mudar o destino de Nisan. Vamos perder a Yggdrasil, o núcleo da nossa força, pra salvar Aveh e Margie. Eu sei que parece ruim, mas você ainda pode contar com a gente!
_ Bem dito, jovem mestre! – afirmou Maison, entusiasmado – Este velho o seguirá até os poços do inferno!
_ Desculpe, Velho Maison, eu não vou morrer hoje!! Até porque eles não parecem querer nos acertar.
_ Com certeza parece ser assim – analisou Sigurd, pensativo – Talvez eles tenham motivos políticos que envolvam Margie ou o jovem mestre.
_ Provavelmente é isso, Sig! Mas eles tão esquecendo uma coisa... É mais difícil levar um bicho vivo do que um morto!
_ Jovem mestre! – chamou o engenheiro – As conexões de emergência estão completas. Use o motor como quiser!
_ Valeu! Tá bom, vamos... pegar esses idiotas!!
Toda a Yggdrasil se preparou para o que seria a sua última batalha. A bordo do cruzador da Gebler, Ramsus ouviu o aviso assim que a nave pirata começara a se mover novamente.
_ Confirmado, um Gear inimigo em ação. Curso direto. Veículo inimigo, som de motor aumentando... Aumento de velocidade, som de desvio confirmado, mudanças de curso... Tomando ação evasiva.
_ Comandante...? – Miang não conseguia manter totalmente a seriedade – Hah hah hah.
_ Não puderam evitar, hein...? – Ramsus suspirou – Todas as divisões, trajetória de espera cancelada! ... Resumir ataque!
_ Arco de tubos de torpedo 1 a 3, míssil Namthal. Ajustar 1 e 2 para perseguição, 3 para anti-radar. Tubos 4 a 6, torpedos de areia Makara Tipo 5. Todas as unidades, iniciar fogo defensivo. Mirar para a nave principal.
_ E-esperem!!! – uma outra voz soou de repente, alarmada – Explosões ao longo do perímetro da frota confirmadas. Sons múltiplos de destruição de veículos! Reações de alta energia... Que espécie de arma é essa!? Comandante!! Eu não posso acreditar nisso! Este... Gear...? É como cargas de reação voando à nossa volta...!
_ Acalmem-se – ordenou Miang – Coloquem a figura analisada no monitor.
_ S-sim, senhora...
Uma imagem externa foi apressadamente transferida para a tela principal da nave mãe e, a despeito do susto que todos os oficiais possam ter tido, era o medo de ver um demônio desconhecido. Para Ramsus, no entanto, o medo era ainda maior, pois ele conhecia o monstro.
“Ah...! Esse é...!!”
As naves, destróieres e Gears de areia da Gebler desapareciam a cada movimento de braço do Gear vermelho, que cruzava o céu com uma velocidade inacreditável e despejava sobre o deserto energia que fazia os disparos do Dora parecerem lanternas. Todo o cerco à Yggdrasil foi desaparecendo inapelavelmente, e a câmera da nave mãe conseguiu uma visão frontal bem nítida do demônio vermelho, lembrando Ramsus do pesadelo que tivera. Desta vez, no entanto, era tudo real.
No convés da Yggdrasil, Bart acompanhava as explosões ao longo do perímetro sem entender o que acontecia. Toda a frota inimiga estava desaparecendo e o milagre parecia tão grande que ele não queria agradecer, temendo o que seria cobrado dele por aquilo. Brigandier voltou-se na direção das explosões e então seu piloto viu que algo se aproximava.
_ Está vindo... pra cá?
Um brilho vermelho cresceu e ficou cada vez mais intenso, fazendo a própria Yggdrasil tremer à sua aproximação. Na ponte de comando de sua nave mãe, Ramsus deixava seu ódio sobrepujar o medo.
_ A-aquele Gear! Não há engano! É ele! Demônio de Elru...! Vamos Miang!
E ele correu sem pensar duas vezes para o hangar de Gears. Miang tentou chamá-lo à razão, mas não havia como faze-lo, e ela também o seguiu. Antes de deixar a ponte, no entanto, a enigmática imediato voltou-se ainda uma vez para a tela principal e sorriu.
Bart não sabia o que fazer ou dizer. Diante dele, flutuando sobre a escotilha de entrada da Yggdrasil, estava o Gear vermelho que estivera atacando a Gebler. Ele gostaria de poder dizer que estava grato pela ajuda, se não fosse pela incômoda e certa sensação de morte que acompanhava aquela máquina. Se aquele Gear e seu piloto haviam entrado na batalha, não era por intenção de ajudar quem quer que fosse.
Aquela coisa tinha uma cor vermelho sangue e asas de energia pura emanando de suas costas, e elas milagrosamente o mantinham voando. O que mais incomodava Bart, no entanto, era a terrível sensação de familiaridade que havia nele. Era como se já tivesse visto aquela máquina em algum lugar.
_ Você é forte?
A voz que soara pelo comunicador era fria e impessoal e, no entanto, tinha um som familiar, também, embora o rosto do recém-chegado não estivesse no monitor. Era um estranho, e lhe fizera uma pergunta estranha.
_ ... O quê? Quem é você...?
Bart se incomodaria em notar como sua voz parecia assustada em relação à sua voz costumeira, mas a verdade era que estava mesmo assustado. E o estranho insistiu:
_ Eu perguntei, ‘Você é forte?’!
E sem esperar resposta, ele levou sua mão diante do que seria o rosto e uma luz intensa brilhou, pouco antes de lançar um ataque de energia intensa.
Movido às pressas por seu piloto, Brigandier saltou do convés e ganhou distância da Yggdrasil, ficando de pé. Antes de se voltar, porém, Bart sentiu uma terrível presença flutuando logo acima e atrás de seu Gear.
(Atrás de mim!?)
O suor frio escorria da fronte do pirata, e ele quis de coração ver sua prima Margie uma última vez. Mesmo o cerco que Ramsus promovera não o havia assustado, mas agora...! Tenso, tentando ganhar tempo e entender o que acontecia, Bart perguntou:
_ ... Por que você vem me atacando assim, do nada?!
_ Heh, heh, ótimo – o outro respondeu, debochando – Então banque o tolo! Você, forte... Hã?
A atenção do Omnigear vermelho foi subitamente atraída para algo que se movia à sua direita e Bart pôde ver dois Gears em aproximação ligeira. O Gear branco apenas deteve-se a certa distância, mas o dourado parou com suas asas de dragão abertas e segurou sua espada, preparado para a luta, enquanto o pirata reconhecia a voz que falou em seu comunicador.
_ Você aí... Garoto pirata! – exigiu o tom autoritário de Ramsus – Você o conhece!? É isso mesmo... Afinal, você estava com aquele pirralho, Fei!
_ Não, eu não conheço ‘ele’! Mas, mesmo que conhecesse, com certeza eu não diria a você!
_ Bom! Então, não vai se importar se eu der conta dele. Eu devo a ‘ele’ muita coisa!
Dito isso, o Wyvern de Ramsus apontou sua espada e investiu, e o Omnigear pousou no deserto sem palavra. Bem diferente do quase alucinado comandante da Gebler.
_ Eu finalmente o encontrei! Agora, devo desafiar você!!
Os dois Gears investiram, o Wyvern com a espada erguida para o golpe... que nunca foi desferido, pois o braço da espada foi arrancado com um golpe simples do Omnigear vermelho.
Antes sequer que pudesse ficar surpreso, Bart viu o estranho atacante agarrar o Gear dourado de Ramsus pela cabeça e decolar, erguendo-o sobre o deserto sem esforço e sem tempo de reação. O comandante da Gebler, transtornado e indefeso, o chamava de monstro e se debatia tentando reagir, mas o Omnigear mergulhou na areia escaldante fazendo o Wyvern atingir o solo com a cabeça e depois tornando a erguê-lo diante de si com desprezo evidente.
_ ... Guha! M-mal... dito seja... – Ramsus praguejou, agora por um comunicador que chiava com estática devido ao dano sofrido – Se não fosse por você...

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