Quais as consequências do Grahf se meter na luta entre Fei e Vanderkaum? E o Bart e o pessoal da Yggdrasil, como estão indo? Como vão sair daquele cerco?
Tudo respondido hoje. E, sem spoilers...Mas vocês vão ficar com mais dúvidas ainda até o final. Ou não, né... ^_^
(...)
Distantes demais para entender o
que fora dito, mas vendo o Gear de bronze se afastar dos restos do Dora, tanto
Fei quanto os piratas estavam confusos.
_ ... O que era aquilo? O sujeito
de agora há pouco? – perguntou Maitreya, mas Fei estava perdido nos próprios
pensamentos. Aquilo se parecia com alguma técnica, mas não era nada que ele
conhecesse.
“Eles... Por que eles...? O que
fizeram?”
Apenas o vento do deserto
respondeu por algum tempo, enquanto a fumaça das naves destruídas de Vanderkaum
esmorecia aos ventos. Então, um comunicado de rádio alcançou os Gears piratas,
e um dos pilotos transmitiu a mensagem.
_ Oh não! General! General
Maitreya! Pegamos uma mensagem em código R! Não estou certo, mas parece que o
jovem mestre está em apuros!! Não temos tempo pra esse sucateiro!
Foi a última coisa que o soldado
disse antes que um disparo de energia maciça varresse seu Gear do deserto. Fei,
Maitreya e o resto da unidade se voltaram para ver o Dora de Vanderkaum
novamente ativo e cintilando com poder, mais ameaçador do que nunca.
_ Vocês aí... O que estão
fazendo, me ignorando e olhando para o lado...? Eu vou matar todos vocês!!
E para provar o que dizia, vários
jorros de energia começaram a brotar dos canhões do Dora e colunas de luz
subiam em cada ponto onde atingiam, enchendo o deserto de sons e luzes intensos
dos disparos de energia de reação. Maitreya avançou com seu Gear e deteve-se
por um momento, voltando-se para Weltall.
_ Fei, reúna os feridos e volte
para o jovem mestre. Depressa! Minha unidade vai ficar pra trás e tentar
conseguir algum tempo.
_ Não seja idiota! Eu vou ficar
também!
_ Cale a boca e escute, garoto!
Você é o convidado do jovem mestre! Eu não posso te deixar morrer aqui!
_ Mas...
_ O jovem mestre... – a voz de
Maitreya agora era baixa, como quem fazia um pedido – O que ele realmente
precisa agora é a sua força. Por favor, vá ajuda-lo. Eu imploro.
Fei ficou sem palavras diante do
apelo do General Maitreya. Não lhe parecia certo partir daquele jeito, mas como
negar aquele pedido? E Maitreya ativou seu Gear, ordenando:
_ Farrant! Vind! Vamos andando!!
Tudo o mais pareceu um filme em
avanço rápido para Fei. Os Deurmods vermelhos dos piratas correndo,
confrontando o gigantesco Dora...
(Pare!)
... e sendo subjugados por seus
canhões e garras.
(Pare com isso!)
Um a um, aqueles homens valorosos e suas máquinas
caíram. E o som de seu próprio coração pareceu de repente alto, terrivelmente
alto, a ponto de encobrir até mesmo o som da batalha.
(P-por favor... Pare!)
Mais sons. Metal sendo destroçado, e o pulso do seu
coração. Gritos que se perdiam em meio às explosões, e seu coração. O pulso do
seu coração parecia crescer e engolir a tudo. Fei pedia baixinho que tudo
aquilo parasse, incapaz de fazer qualquer coisa. Foi quando ele soube o que
fazer, ergueu a cabeça e abriu seus olhos.
Longe no deserto, a Yggdrasil
corria desabaladamente na superfície e deixando um rastro de fumaça atrás de
si. O incêndio fora extinto, mas as condições estavam péssimas. O Brigandier de
Bart conduzia a nave através do grande timão exterior e o líder dos piratas
pesou sua situação.
_ Cercado, hein? Como é que estão
os reparos?
_ O motor principal e os
osciladores dos redutores de efeito estão quase ilesos – avisou o engenheiro –
mas as conexões elétricas entre eles foram perdidas. Estamos desviando a
conexão principal e tentando remendar toda a energia que pudermos, mas só vai
nos dar 70% da nossa força máxima costumeira na melhor das hipóteses. As brocas
propulsoras não estão danificadas, mas podem ser, se a areia não puder ser
granulada. Nós faremos velocidade de batalha três... mal e mal.
_ Sig! – chamou Bart – O que o senhor
‘Ninguém Pode Comigo’ da Gebler tem pra dizer?
_ Ele esteve quieto desde a
primeira exigência de rendição.
Bart ficou em silêncio por
instante, olhando em volta. A Yggdrasil estava cercada por uma frota inteira da
Gebler que corria ao seu redor como uma cerca viva. A coisa mais sensata a
fazer, dada a sua situação e a de Nisan, seria aceitar a rendição imposta por
Ramsus. Então ele sorriu, feliz consigo mesmo por nunca ter sido muito sensato.
_ Todo o pessoal para os postos
de batalha. O plano é escapar à força assim que os conectores estiverem
ligados.
_ Jovem mestre! – exclamou
Sigurd.
_ Sig, escuta: a rendição não vai
mudar o destino de Nisan. Vamos perder a Yggdrasil, o núcleo da nossa força,
pra salvar Aveh e Margie. Eu sei que parece ruim, mas você ainda pode contar
com a gente!
_ Bem dito, jovem mestre! –
afirmou Maison, entusiasmado – Este velho o seguirá até os poços do inferno!
_ Desculpe, Velho Maison, eu não
vou morrer hoje!! Até porque eles não parecem querer nos acertar.
_ Com certeza parece ser assim – analisou
Sigurd, pensativo – Talvez eles tenham motivos políticos que envolvam Margie ou
o jovem mestre.
_ Provavelmente é isso, Sig! Mas
eles tão esquecendo uma coisa... É mais difícil levar um bicho vivo do que um morto!
_ Jovem mestre! – chamou o
engenheiro – As conexões de emergência estão completas. Use o motor como
quiser!
_ Valeu! Tá bom, vamos... pegar
esses idiotas!!
Toda a Yggdrasil se preparou para
o que seria a sua última batalha. A bordo do cruzador da Gebler, Ramsus ouviu o
aviso assim que a nave pirata começara a se mover novamente.
_ Confirmado, um Gear inimigo em
ação. Curso direto. Veículo inimigo, som de motor aumentando... Aumento de
velocidade, som de desvio confirmado, mudanças de curso... Tomando ação
evasiva.
_ Comandante...? – Miang não
conseguia manter totalmente a seriedade – Hah hah hah.
_ Não puderam evitar, hein...? –
Ramsus suspirou – Todas as divisões, trajetória de espera cancelada! ...
Resumir ataque!
_ Arco de tubos de torpedo 1 a 3,
míssil Namthal. Ajustar 1 e 2 para perseguição, 3 para anti-radar. Tubos 4 a 6,
torpedos de areia Makara Tipo 5. Todas as unidades, iniciar fogo defensivo.
Mirar para a nave principal.
_ E-esperem!!! – uma outra voz
soou de repente, alarmada – Explosões ao longo do perímetro da frota
confirmadas. Sons múltiplos de destruição de veículos! Reações de alta
energia... Que espécie de arma é essa!? Comandante!! Eu não posso acreditar
nisso! Este... Gear...? É como cargas de reação voando à nossa volta...!
_ Acalmem-se – ordenou Miang –
Coloquem a figura analisada no monitor.
_ S-sim, senhora...
Uma imagem externa foi
apressadamente transferida para a tela principal da nave mãe e, a despeito do
susto que todos os oficiais possam ter tido, era o medo de ver um demônio
desconhecido. Para Ramsus, no entanto, o medo era ainda maior, pois ele
conhecia o monstro.
“Ah...! Esse é...!!”
As naves, destróieres e Gears de
areia da Gebler desapareciam a cada movimento de braço do Gear vermelho, que
cruzava o céu com uma velocidade inacreditável e despejava sobre o deserto
energia que fazia os disparos do Dora parecerem lanternas. Todo o cerco à
Yggdrasil foi desaparecendo inapelavelmente, e a câmera da nave mãe conseguiu
uma visão frontal bem nítida do demônio vermelho, lembrando Ramsus do pesadelo
que tivera. Desta vez, no entanto, era tudo real.
No convés da Yggdrasil, Bart
acompanhava as explosões ao longo do perímetro sem entender o que acontecia.
Toda a frota inimiga estava desaparecendo e o milagre parecia tão grande que
ele não queria agradecer, temendo o que seria cobrado dele por aquilo.
Brigandier voltou-se na direção das explosões e então seu piloto viu que algo
se aproximava.
_ Está vindo... pra cá?
Um brilho vermelho cresceu e
ficou cada vez mais intenso, fazendo a própria Yggdrasil tremer à sua
aproximação. Na ponte de comando de sua nave mãe, Ramsus deixava seu ódio
sobrepujar o medo.
_ A-aquele Gear! Não há engano! É
ele! Demônio de Elru...! Vamos Miang!
E ele correu sem pensar duas
vezes para o hangar de Gears. Miang tentou chamá-lo à razão, mas não havia como
faze-lo, e ela também o seguiu. Antes de deixar a ponte, no entanto, a
enigmática imediato voltou-se ainda uma vez para a tela principal e sorriu.
Bart não sabia o que fazer ou
dizer. Diante dele, flutuando sobre a escotilha de entrada da Yggdrasil, estava
o Gear vermelho que estivera atacando a Gebler. Ele gostaria de poder dizer que
estava grato pela ajuda, se não fosse pela incômoda e certa sensação de morte
que acompanhava aquela máquina. Se aquele Gear e seu piloto haviam entrado na
batalha, não era por intenção de ajudar quem quer que fosse.
Aquela coisa tinha uma cor
vermelho sangue e asas de energia pura emanando de suas costas, e elas
milagrosamente o mantinham voando. O que mais incomodava Bart, no entanto, era
a terrível sensação de familiaridade que havia nele. Era como se já tivesse
visto aquela máquina em algum lugar.
_ Você é forte?
A voz que soara pelo comunicador
era fria e impessoal e, no entanto, tinha um som familiar, também, embora o
rosto do recém-chegado não estivesse no monitor. Era um estranho, e lhe fizera
uma pergunta estranha.
_ ... O quê? Quem é você...?
Bart se incomodaria em notar como
sua voz parecia assustada em relação à sua voz costumeira, mas a verdade era
que estava mesmo assustado. E o estranho insistiu:
_ Eu perguntei, ‘Você é forte?’!
E sem esperar resposta, ele levou
sua mão diante do que seria o rosto e uma luz intensa brilhou, pouco antes de
lançar um ataque de energia intensa.
Movido às pressas por seu piloto,
Brigandier saltou do convés e ganhou distância da Yggdrasil, ficando de pé.
Antes de se voltar, porém, Bart sentiu uma terrível presença flutuando logo
acima e atrás de seu Gear.
(Atrás de mim!?)
O suor frio escorria da fronte do
pirata, e ele quis de coração ver sua prima Margie uma última vez. Mesmo o
cerco que Ramsus promovera não o havia assustado, mas agora...! Tenso, tentando
ganhar tempo e entender o que acontecia, Bart perguntou:
_ ... Por que você vem me
atacando assim, do nada?!
_ Heh, heh, ótimo – o outro
respondeu, debochando – Então banque o tolo! Você, forte... Hã?
A atenção do Omnigear vermelho
foi subitamente atraída para algo que se movia à sua direita e Bart pôde ver
dois Gears em aproximação ligeira. O Gear branco apenas deteve-se a certa
distância, mas o dourado parou com suas asas de dragão abertas e segurou sua
espada, preparado para a luta, enquanto o pirata reconhecia a voz que falou em
seu comunicador.
_ Você aí... Garoto pirata! –
exigiu o tom autoritário de Ramsus – Você o conhece!? É isso mesmo... Afinal,
você estava com aquele pirralho, Fei!
_ Não, eu não conheço ‘ele’! Mas,
mesmo que conhecesse, com certeza eu não diria a você!
_ Bom! Então, não vai se importar
se eu der conta dele. Eu devo a ‘ele’ muita coisa!
Dito isso, o Wyvern de Ramsus
apontou sua espada e investiu, e o Omnigear pousou no deserto sem palavra. Bem
diferente do quase alucinado comandante da Gebler.
_ Eu finalmente o encontrei!
Agora, devo desafiar você!!
Os dois Gears investiram, o
Wyvern com a espada erguida para o golpe... que nunca foi desferido, pois o
braço da espada foi arrancado com um golpe simples do Omnigear vermelho.
Antes sequer que pudesse ficar
surpreso, Bart viu o estranho atacante agarrar o Gear dourado de Ramsus pela
cabeça e decolar, erguendo-o sobre o deserto sem esforço e sem tempo de reação.
O comandante da Gebler, transtornado e indefeso, o chamava de monstro e se
debatia tentando reagir, mas o Omnigear mergulhou na areia escaldante fazendo o
Wyvern atingir o solo com a cabeça e depois tornando a erguê-lo diante de si
com desprezo evidente.
_ ... Guha! M-mal... dito seja...
– Ramsus praguejou, agora por um comunicador que chiava com estática devido ao
dano sofrido – Se não fosse por você...
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