domingo, fevereiro 15

Capítulo Doze Ponto Um!

Numa manhã (tarde?) de domingo, de carnaval, e com aquela cara de sono do tipo 'Jura que já é essa hora?', saudações atordoadas do Louco...

(não perguntem -_-' Quando foi que ficou tão difícil sair da cama...?)

Então, dando sequência ao Xenogears, er... Ah, é, Fei e o esquadrão de Deurmods de Maitreya devastaram a frota de fronteira de Vanderkaum ('frota de fronteira'...? Jura? Agh, eu devia era voltar pra cama... ><') Missão cumprida, e com louvor, e todos estão felizes.

Todos, menos o derrotado.

(...)

Do lado de fora, Maitreya parou seu Deurmod ao lado do Weltall de Fei e comemorou:
_ É isso aí! Um ponto pro nosso lado!
_ É... – Fei concordou com um sorriso satisfeito – E tudo graças ao seu apoio. Valeu.
_ Deter os guardas da fronteira? Hah...! Nós demolimos eles! Bem... – e retomou um pouco de sua compostura, o entusiasmo voltando aos eixos – Terminamos nosso trabalho. Espero que os outros estejam bem.
_ Bart e o grupo dele – Fei ficou pensativo – Provavelmente ele está bem... Alguma notícia deles?
_ Nada. Mas dizem que falta de notícias são boas notícias, eu acho. Meu Gear não tem um equipamento de comunicação muito bom. Provavelmente eles se saíram bem.
(Garras gigantes giraram e se colocaram em prontidão, enquanto canhões inoperantes zumbiram com energia quando foram acionados.)
Weltall voltou-se de repente para a Kefeinzel arruinada, movido por Fei, e Maitreya notou que ele subitamente parecia perturbado.
_ O que foi?
Weltall ficou em posição de defesa e Maitreya não entendeu, até que luzes brotaram abaixo da antiga ponte de comando da nau capitânia e uma explosão veio em seguida, revelando grandes garras de metal que precederam um corpo enorme, semelhante a um misto de tanque de guerra e lagosta. E a voz de Vanderkaum veio pelos comunicadores de Fei, Maitreya e do resto do grupo:
_ Vocês... Eu vou matar todos vocês!!
Do outro lado do deserto, Bart decidira-se pelo retorno a Nisan. As palavras de Miang eram claras para ele e mesmo os conselhos de Maison e Sigurd não puderam mudar sua decisão.
_ Margie e eles ainda estão lá. Nós vamos voltar! Precisamos fazer isso! E isso me lembra... E quanto a Fei e seu grupo? Se eles estiverem bem, nós poderíamos...
_ Não tivemos contato desde que confirmamos a ordem de ataque deles – respondeu Franz.
_ Maldição, isso não pode estar acontecendo!
Bart baixou a cabeça, pesaroso de que o amigo e seu grupo pudessem ter sofrido o mesmo destino de Nisan. Então, o instinto de quem nascera e se criara no deserto o fez notar algo antes dos demais.
_ Por trás...? – ele ergueu a cabeça, silencioso por um instante. Depois, comentou em voz alta:
_ Tem alguma coisa vindo por trás de nós! Jerico! Me passe o leme... Não, fique com ele! Basta se apressar e virar pra qualquer lado!!
_ Jovem mestre...? – indagou Sigurd, admirado. E Franz de repente começou a falar, alarmado:
_ Por trás da nossa trilha! Trezentos! Estou pegando o som de torpedos sendo preparados! Um cruzador da areia?! É grande! Velocidade sessenta! Rota relativa 0-0-0! Estavam escondidos por trás de alguns recifes!
_ Kahr! – murmurou Sigurd, e Franz continuava informando:
_ Estou recebendo uma propulsão de alta velocidade, partindo da nau inimiga! Torpedos?! Dois deles! Velocidade 87! Torpedos confirmados com o sonar. Eles passaram para perseguição teleguiada!
_ Estações de batalha! – bradou Bart – Ativar camuflagem! Preparem o Perturbador Sonoro!
As luzes da ponte de comando mudaram para vermelho enquanto toda a tripulação da Yggdrasil assumia seus postos de batalha e Bart assumia a postura de comando. Desta vez, no entanto, não estavam atacando uma presa; ‘eles’ eram a presa.
_ Estações de batalha, todos!
_ Abrir misturador! Perturbador Sonoro, segundo e quarto tubo... Preparar!
_ Emitir Perturbador Sonoro! – ordenou Bart – Preparar para desligar o motor!
Os Perturbadores foram lançados como torpedos na direção oposta, e Bart agarrou-se na grade de apoio.
_ Leme... Agora! Desvie pra a direção oposta o máximo que puder! Parar o motor! Alerta de colisão!!
A ordem foi repetida pelos intercomunicadores e a Yggdrasil adernou violentamente para a esquerda. Todos aguardaram tensos na ponte de comando até Franz relatar:
_ Torpedo... 1, ainda perseguindo! Maldição! Impacto em 3!!
Um estrondo se fez ouvir pelo deserto. A bordo da nave da Gebler, Ramsus e Miang aguardaram pela notícia favorável na ponte de comando, e ela chegou.
_ Confirmado, som de destruição do veículo... Seguido por um rápido som de explosão. Veículo inimigo provavelmente está flutuando depressa até a superfície.
_ Estática fluida ao redor do veículo inimigo está diminuindo. Manobrabilidade na areia do veículo inimigo caiu em 60%. Parece que o motor principal e os redutores de efeito foram incapacitados.
_ Assim que seus redutores de efeito forem destruídos – falou então Ramsus – eles permanecerão enterrados e incapazes de se mover. Ir à superfície foi um movimento esperto. Chefe de Torpedo da Areia! Bom trabalho em reduzir o poder de luta deles. Brilhante!
_ Desculpe preocupa-lo.
_ Bem... – Ramsus voltou-se para Miang – O que devemos fazer com eles...?
_ Oh? É incomum ver você sem saber o que fazer.
_ Eu prometi a um velho amigo... Preciso ser moderado – ele pareceu ficar pensativo – Um velho... amigo...
Outro dia no passado veio à memória de Ramsus. Um jovem oficial da Gebler de cabelos brancos longos e ainda com dois olhos azuis partia do hangar sem olhar para trás.
_ Sigurd!
Sigurd deteve-se sem, no entanto, se voltar, e esperou que o outro o alcançasse.
_ Por que está abandonando esta terra?! – indagou Ramsus, sem entender – Você deveria nos ajudar a criar uma nação ideal!
_ Eu não o estou abandonando – replicou o outro, ainda sem se voltar – Tenho vivido aqui para roubar a tecnologia deste país, desde o início. Além disso, há alguém esperando por mim. Não seja amargo.
Ele voltou-se então, com um sorriso tênue no rosto e os olhos fixos nos de Kahran Ramsus.
_ Não foi tão ruim seguir os mesmos ideais que você, durante aquele curto tempo.
Não havia mais nada a dizer e Sigurd se foi, deixando um Ramsus perplexo e furioso para trás. Toda a frustração e rancor explodiram por fim quando ele percebeu que Sigurd realmente não voltaria.
_ Seu traidor!!
O passado se foi. Ramsus abanou a cabeça para livrar-se das lembranças e voltou sua mente para a questão que tinha diante de si.
_ Oficial de Comunicação! Use meu nome e exija que eles se rendam. Diga a eles para se renderem se desejam a segurança de Nisan. Todas as divisões, cessar fogo mas manter-se em alerta! Se algum veículo inimigo tentar atacar, atirem individualmente nele!
Outro extremo do deserto. O Gear de Vanderkaum, Dora, era como um tanque de guerra, a cabeça coberta por uma proteção resistente em que os Gears piratas não faziam qualquer dano, e apenas Weltall conseguia algum efeito. As garras compridas do Gear verde tinham aprisionado dois dos Gears piratas, e atacou Weltall e os demais piratas, usando como armas os prisioneiros em suas garras, ou seus canhões embutidos.
Weltall tornou a investir, e Dora tornou a usar os prisioneiros. Desta vez, no entanto, os Turbos do Gear negro foram ativados e ele era muito superior ao pesado Dora, passando com facilidade entre as garras do oponente e atacando sua cobertura com um Hazan, quebrando-a por fim.
A capa protetora despedaçou-se enquanto Weltall aterrisava com um salto mortal e os prisioneiros piratas foram libertados, e pelo rádio Fei avisou:
_ Depressa, eu destruí a cobertura! Ataquem agora e ele vai ceder!
Os Gears piratas não precisaram de outro comando e Fei finalmente pôde ver em primeira mão o estilo deles. Ao destruir a capa protetora, Weltall liberou um canhão central poderoso do Dora, mas como já haviam dito a Vanderkaum, era difícil manter em mira um grupo de Gears velozes correndo para todos os lados.
Vanderkaum estava nervoso, se esforçando atrás dos controles para conseguir fechar seus oponentes na mira do canhão principal do seu Gear quando Weltall surgiu à sua frente e descarregou um Tiro Guiado. Como Fei esperava, um Gear tão sólido quase não sofreu danos, mas a luz do disparo deixou Vanderkaum sem visão por tempo suficiente para Maitreya e seus homens atacarem em série, cada um deles atingindo em fila rápida a base das garras do Gear, enquanto o próprio general obstruía a saída do canhão. Quando Vanderkaum, ainda recuperando a visão, percebeu tantos alvos próximos da arma principal, disparou... E a arma principal explodiu, empurrando Dora para trás e evidenciando a derrota.
Vanderkaum não sabia mais o que fazer. Sua reputação e tradição de guerreiro haviam sido jogadas no ralo e seus rivais estavam afastados. Se ainda houvesse alguma arma funcionando...! Se o Dora ainda tivesse força...!
_ Você quer o poder?
 A voz sinistra veio num clarão de luz, e diante da surpresa de Vanderkaum, um Gear de bronze mergulhou dos céus numa velocidade vertiginosa para deter-se a poucos metros do solo e bem diante dele, de braços cruzados. Uma aura vermelha agressiva começou a fluir dele, e um rosto encapuzado apareceu no monitor do Dora.
_ Eu sou Grahf, aquele que procura o poder. Tu desejas o poder?
_ O poder... Sim, o poder... Eu o quero. Eu quero o PODER!
_ Pois que seja.
O Gear de Grahf ergueu sua mão direita e ela começou a concentrar em si o brilho vermelho que fluía em torno de toda a máquina.
_ Meu punho é o sopro divino! – Grahf murmurou – Desabrocha, ó semente caída, e revela teus poderes ocultos!!
A mão do Gear de bronze estendeu-se na direção do Dora, e Grahf completou:
_ Concedo a ti o poder da gloriosa ‘Mãe da Destruição’!
A luz vermelha irradiou-se do punho do Gear de Grahf e banhou o Dora, e Vanderkaum sentiu que mudava dolorosa e totalmente.

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