segunda-feira, janeiro 12

Capítulo Dez Ponto Dois!

Yos, gente que lê! Que bebe! Que come! E gente que respira, também (nada contra, mas se você não respira e tá lendo isso, deve ser um zumbi)! Saudações do Louco!

E, apesar dos pesares e de finalmente ter atrasado mesmo a entrega, eis aqui a parte final do capítulo dez! Bart tem que lidar com o fato de que não sabia tudo a respeito do seu imediato Sig, mas e daí? Agora, vamos colocar os pingos nos 'I's e, já que Margie tá a salvo... o que fazer em seguida?

Amplexos do Louco, e boa semana!

(...)

Fei saiu em seguida, encontrando Bart numa passarela de Nisan, pensativo. Pondo a mão em seu ombro, ele perguntou:
_ Você está bem, Bart?
_ É, acho que sim – mas continuava olhando para frente – Eu não tinha idéia de que Sig tivesse um passado desses...
_ Ainda está desconfiado dele?
_ Bom... Quero dizer... Foi tão repentino. Acho que eu esperava ouvir alguma coisa diferente... Como que nós fomos rivais na infância, ou coisa parecida. Mas isso nem se compara à história que ele acabou de nos contar, né?
_ Então, ouvir a história dele confundiu você porque não era tão simples.
Citan chegou logo e juntou-se aos dois – Houve um tempo em que ele esteve cooperando com um dos generais da Gebler. E mais, Solaris era uma terra da qual você sequer havia ouvido falar.
_ Ei, o que você tá querendo dizer?
_ Não, não estou querendo dizer nada, nem culpando você por nada. O que estou dizendo é isso: se pensar em como ele se sente, então vai entender porque ele não podia falar sobre isso com você até agora. Olhando para as atividades de Solaris em relação aos outros países até então, percebe-se que não era nada além de simples manutenção do seu próprio império, ou ‘autopreservação’. E, como você viu, o poder militar deles é imenso. Então provavelmente Sigurd estava pensando adiante.
“Ele provavelmente estava se concentrando em dar conta dos problemas aqui, no continente de Ignas, primeiro. Uma vez que as coisas estivessem em ordem por aqui, isso daria a ele uma fundação mais forte para lidar depois com Solaris, o que é um plano bem melhor do que correr diretamente para uma guerra que ele sabia que não poderia vencer. Muito lógico, na verdade.”
_ Parece que vocês entendem um ao outro muito bem – comentou Bart, ainda olhando para frente.
_ Bem, nós não somos exatamente desconhecidos, não? – Citan deu de ombros – E nós costumávamos conversar sobre várias coisas até decidirmos fugir de Solaris.
_ Falando nisso... Por que vocês fugiram? Aquele sujeito, Ramsus, deveria ser uma ‘Estrela da Esperança’ ou coisa assim, não devia?
_ Sim, eu certamente pensava assim no início. Mas então percebi que o modo de pensar dele realmente não era uma grande mudança no sistema prévio. Basicamente, a única diferença era que eles ignoravam a posição e classe da pessoa, ou sua habilidade. As palavras haviam mudado, mas ainda não havia diferença do que Solaris havia feito até então. Ele não tinha nenhuma intenção de trazer a todos um modo de vida melhor.
_ Em outras palavras, ele é um elitista – Bart cruzou os braços, parecendo aborrecido – Acho que não gosto muito dele.
Fizeram silêncio por algum tempo então, perdidos nos próprios pensamentos. Por fim, Bart perguntou:
_ E então, Citan... Acha que eu consigo vencer a Gebler?
_ Por quê? – Citan voltou-se para ele – Está planejando enfrenta-los?
_ Enquanto estiverem trabalhando com Shakhan, não há como evitar isso. Da forma que as coisas vão, eu tenho certeza de que vamos ter que lutar com eles mais cedo ou mais tarde.
_ Hmmm... Imagino que sim, mas... Mesmo que derrotássemos as forças Gebler aqui, ainda há Solaris para se lidar. Se não formos cuidadosos, é possível que nos envolvamos com uma guerra muito mais longa do que essa com Shakhan. Não concorda que continuar da forma em que está é muito mais difícil para todos? Eu acho que é hora de tentarmos conseguir a ajuda de um número maior de pessoas.
_ Então, derrotar Shakhan não vai dar cabo daqueles tipos da Gebler – voltou-se para Citan – Eu sei o que tá tentando dizer: “Para que conquistes Gebler, primeiro recupera teu trono!” Certo?
_ Hmmm... Você poderia dizer assim.
_ Como assim, ‘poderia’? Mas, mesmo assim, talvez seja hora de eu fazer algo sobre isso.
Retornaram então até a casa de reuniões da cidade e encontraram Maison e Sigurd lá, com uma mesa no centro da sala que Sigurd emprestara na loja de ferramentas.
_ O proprietário da loja disse: “Se o jovem mestre precisar de qualquer coisa, é só pedir”.
_ Eu fico grato – Bart foi até os quadros de Nisan na parede dos fundos e comentou, distraído – Quando eu era guri, costumava emprestar coisas de lá e sempre me metia em apuros.
_ ‘Emprestar’...? – Fei imaginou se Bart avisava o que estava emprestando e perguntou – E o que você levava?
_ Um barco de brinquedo... Acho que era isso. Eu colocava fogos de artifício nele e deixava flutuar no lago da catedral. Eu sempre costumava brincar de marinha – olhou por uma janela voltada para o lago e continuou – Não tenho certeza, mas acho que eu fingia que o lago era o mar aberto, e eu era o comandante da frota. Mas... Que seja. Esqueçam essas histórias velhas. É melhor nós começarmos.
Deixando a janela e as lembranças para trás, Bart tomou posição junto à mesa com Fei, Citan, Sigurd e Maison e começou-se a reunião.
_ Primeiro... A Gebler é o problema maior.
_ Sim – concordou Citan – Ramsus está a caminho de cumprir seus objetivos. O fato de ser agora o comandante da Gebler é prova disso. Um homem comum não poderia progredir tão depressa ao longo da organização daquele país. E agora, ele está atualmente aqui em Ignas. Francamente, a situação não é muito favorável. Precisamos de algum modo encontrar um ponto fraco e atacar com todo o nosso poder.
Bart olhou pensativo para o mapa e os companheiros, antes de se decidir:
_ Primeiro, vamos nos concentrar só em Shakhan. Assim que ele estiver fora do caminho e Aveh estiver segura de novo, podemos pensar no que fazer quanto à Gebler – cruzou os braços – Com nossa força atual, devemos ser capazes de conter as forças da guarda real. O problema é como lidar com a Gebler ao mesmo tempo... Eles com certeza devem reagir a pedido de Shakhan. Não vão simplesmente sentar e ficar quietos.
_ Posso dar uma olhada no mapa? – pediu Citan, considerando o cenário por algum tempo em silêncio e por fim dizendo:
_ Resumindo, nós queremos que a Gebler parta por algum tempo. Pelo menos, até que recuperemos a capital real, Bledavik.
Ele então indicou o mapa de Ignas, com alguns pontos assinalados, e confirmou:
_ Estas são as unidades Gebler atualmente em Aveh, correto? – mostrou o ponto próximo à estrada para Nisan – Os guardas do oeste... – depois o ponto central do continente – a força de defesa da Capital Real e... – por fim, indicou o ponto a nordeste – as unidades ao longo da linha divisória na fronteira com Kislev. Há três grupos, cada um composto de uma mistura das forças de Aveh e da Gebler. Só dois deles são muito grandes: as unidades de defesa da Capital Real e as unidades de fronteira de Kislev. A guarda reunida na fronteira de Nisan é pouco mais do que um grupo de vigilância.
_ Para recapturar a capital real – observou Sigurd – será necessário retirar essas unidades de defesa de Bledavik.
_ Nós temos alguns Gears de Kislev, correto? – perguntou Citan e Bart confirmou, dizendo que haviam conseguido alguns. Citan apontou para a fronteira com Nisan e perguntou:
_ E se usarmos estes Gears para lançar um ataque aos guardas do oeste aqui, na fronteira com Nisan?
_ Entendi – disse Bart – Vamos atraí-los fazendo parecer que Kislev está invadindo Aveh.
_ Mas o problema é: atacar os guardas da fronteira será o bastante para pôr o centro em movimento? – perguntou Sigurd.
_ Para garantir isso, Nisan terá que parecer estar aliada a Kislev – explicou Citan – Se eles virem as coisas desta forma, certamente irão se mover.
_ Está dizendo que quer usar Nisan como isca? – era óbvio em seus olhares que tanto Bart quanto Fei reprovavam a idéia – Logo Nisan, em batalha...?
_ Shakhan é muito sensível às ações de Nisan e Kislev – ponderou Sigurd – Se Nisan começar a agir ele provavelmente deixará o serviço para a Gebler, mas...
_ É claro que eu não pretendo fazer isso de início – explicou Citan – mas olhando para a situação, nós podemos ser levados a chegar a este ponto.
A idéia de envolver Nisan no confronto não parecia muito boa e Bart tornou a se aproximar do mapa e planejar.
_ Primeiro, nos infiltramos na capital. Pra derrubar Shakhan, vamos nos encontrar com nossos agentes que já estão na cidade.
_ Estamos esquecendo de uma coisa – comentou Citan – As unidades próximas à fronteira de Kislev.
“A força principal da frota de Aveh é a nave de batalha Kefeinzel – ele indicou a fronteira enquanto explicava – Ela esteve em serviço desde o governo do último rei. Devido ao seu poder de fogo, a unidade inteira é chamada de ‘a frota invencível’. Pelo que me lembro, o relatório da inteligência de ontem disse que a nave está próxima da fronteira.”
_ Saco... Isso coloca tudo em xeque!
_ Não fique tão deprimido. Eu apenas queria que você visse a distribuição atual de forças na área. Mesmo que no pior caso eles venham, não será um problema tão grande.
_ O que quer dizer? – perguntou Bart, confuso, e Citan explicou:
_ Eu tenho algumas informações adicionais sobre a frota de fronteira de Aveh. O comandante supremo aposentado de Aveh foi transferido para lá. Bem, não realmente transferido... Melhor dizer ‘removido’... O seu nome é Vanderkaum.
_ Vanderkaum... – Sigurd pareceu reconhecer o nome – Não está falando do mesmo Vanderkaum que esteve em Jugend?
_ O próprio – e, voltando-se para Bart – Jovem, ele não foi capaz de adaptar-se às mudanças de táticas... Particularmente, o que veio depois da introdução dos Gears. Ele é um homem que nunca vai se afastar de sua dependência de grandes armas navais.
_ Tá querendo dizer que ele é convencido. Ele é todo tamanho e nenhum poder militar verdadeiro... – Bart pareceu satisfeito – Um alvo excelente pra piratas!
_ Jovem mestre! – exclamou Maison, horrorizado – isso não vai ser um ato de pirataria!
_ Só estava brincando.
_ Na verdade, o número de Gears designados para a frota parece ter sido reduzido – observou Citan – Mesmo assim... Que generoso da parte dele ser tão cheio de si.
_ Ele é assim, tão miolo mole? – perguntou Bart, animado – Vai ser divertido bagunçar ele!
_ Jovem mestre! – tornou a protestar Maison.
_ Eu sei, eu sei! Que seja; Citan, você acha que ele pode atacar nossa força de Gears?
_ Isso não é problema. Mesmo com Vanderkaum, nós temos forças suficientes restando para agir. No entanto, não seria sábio subestimar nossos oponentes.
_ Bem, agora que sabemos contra quem estamos lidando, aqui está o que faremos – e Sigurd mostrou o mapa – Além de fazer nosso grupo principal atacar Bledavik, temos que impedir a frota nos limites de Kislev de voltar para a capital.
_ Então, está sugerindo que tenhamos outra unidade? – perguntou Bart, e Citan confirmou com a cabeça.
_ Uns poucos soldados eficientes para manter o inimigo longe... Uma força pequena é melhor.
_ Força pequena...? – perguntou Sigurd.
_ E se Fei conduzir um grupo de Gears até lá...
_ Eu...?! – Fei perguntou com todos olhando para si.
_ Espere um pouco! – objetou Sigurd – Não há razão para envolver todos vocês nisso!
_ ... Não, eu faço – concordou Fei, após pensar por um instante – É, deixe que eu faço isso. Então, quando partimos?
_ ... Você tem certeza? – quis saber Bart.
_ Nós já chegamos até aqui... Ei, somos amigos até o fim, agora!
Bart concordou com um sorriso, e Citan disse:
_ A velocidade é tudo. Devemos cuidar disso assim que for possível.
_ Tá bom, amanhã.
_ Eu... Eu fico realmente grato... Fei, Citan... – Sigurd parecia sem palavras, e Bart confirmou com animação pelos dois.
_ É isso aí, não tem jeito de nós perdermos! Ninguém vai morrer em vão!
_ Muito bem dito, jovem mestre! – concordou Maison.





THE OLD ECHO FADES AWAY

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