Sim, já tem duas semanas que eu lembro de postar aqui, mas não de avisar no face -_-' O que posso dizer? Sou desligado. Então, enquanto ainda consigo me concentrar nas várias tarefas ao mesmo tempo (bem diziam que fazer uma por vez, se concentrando, era uma idéia melhor), vai aqui a primeira parte do Torneio! Fei participa de uma disputa marcial (como em todos os animes desde 'Dragon Ball', acho), enquanto Bart aproveita a distração pra resgatar Margie!
Mas Fei pode ter algumas surpresas.
Capítulo 9: O Torneio
O dia
começou cedo para os conspiradores, e Citan já estava pronto quando Fei e Bart
despertaram.
_ Bom dia.
A operação ‘Resgate de Margie’ agora está em andamento! Em primeiro, Fei e eu
iremos nos preparar para o Torneio na arena. Quando o Torneio começar, Bart
entrará na trilha d’água pelo poço e rumará até o castelo. Tenho certeza de que
conseguirá, mas ainda deverá haver guardas lá. Livre-se deles em silêncio, por
favor. Nós faremos um bom trabalho para que o Torneio atraia a atenção dos
guardas tanto quanto for possível. Neste tempo, você pode resgatar Margie.
_ OK, então, vamos por isso pra
funcionar! – animou-se Bart.
_ Então iremos adiante. Cuide-se,
jovem.
Fei e Citan rumaram para a arena
na praça do castelo. Ao chegar à ala dos lutadores, foi ordenado que Citan
ficasse junto à torcida e o doutor aconselhou Fei a não deixar qualquer batalha
terminar muito depressa, pois quanto mais pudesse manter a atenção do público,
mais simples seria para que Bart penetrasse no castelo. Curioso com seus
possíveis adversários, Fei entrou na Tenda dos Participantes. Entre eles havia
um grandalhão de sobretudo vermelho, cabelos verdes e com tamanha pose que, se
significasse poder de luta, indicaria seu adversário mais duro. Fei ouvira
falar dele durante sua breve estada em Dazil; era conhecido como ‘Big Joe’.
Também havia garotas entre os lutadores, mas o que realmente surpreendeu Fei
foi descobrir um conhecido de Lahan entre os competidores.
_ Dan? O que está fazendo aqui?
_ É culpa sua que Alice... – o
garoto voltou-se para ele com olhos nada amistosos – Eu nunca vou te perdoar.
Eu vou te matar!
_ Dan...
Nesse momento, um soldado entrou
e avisou que o Torneio começaria logo e que todos os participantes deveriam
entrar na arena. E Dan saiu da tenda dizendo:
_ Você é o inimigo de todos em
Lahan! Eu vou chutar o seu traseiro diante de todo mundo! E não adianta tentar
fugir!
Dan saiu e misturou-se à multidão
sem que Fei pudesse detê-lo, detido de repente por um homem misterioso envolto
num manto azul cinzento e com uma estranha máscara branca a ocultar-lhe o
rosto.
_ Ei senhor, você é de Lahan? –
Fei voltou-se intrigado para ele, e o homem comentou em tom casual – Me parece
que você e aquele menino têm alguma espécie de problema.
_ Quem você pensa que é? – Fei
perguntou irritado – Meta-se nos seus assuntos!
O homem apenas riu em resposta, e
Fei perguntou:
_ O que é tão engraçado?
_ Nada... Só estou imaginando que
espécie de luta você terá com aquele menino... Bem, acho que terei que esperar
para ver, ‘Fei’.
_ Hã...?
O homem saiu da tenda e Fei
perguntou-se como ele podia saber seu nome, se Dan não o dissera e ele nem ao menos
se registrara no Torneio com seu verdadeiro nome. Mas isso seria uma resposta
para descobrir mais tarde.
No hotel, Bart sentia que sua
impaciência poderia mata-lo e finalmente ouviu os clarins do castelo que
anunciavam o início do Torneio, e voltou-se para a freira de Nisan.
_ Tá pra começar! Melhor eu me
preparar, também.
_ Esse plano vai mesmo funcionar?
_ Já começou. Se algo estiver
errado agora, então vai ser dose!
A preocupação dela ameaçava
contagia-lo, e Bart procurou parecer muito à vontade.
_ Ei, não se preocupe, Fei vai
ficar bem! Além disso, Citan também tá com ele. Tudo o que eu preciso fazer
agora é invadir o castelo pelo poço. Sem problema.
_ Eu rezo para que esteja certo.
_ Bom, eu vou indo. Margie está
esperando na cidadela.
_ Então, boa sorte. E muito
obrigada por estar ajudando a Madre Marguerite.
_ Sem crise! E, é melhor você
também sair de Aveh. Logo, logo, o bicho vai pegar.
Despedindo-se da freira, Bart seguiu rumo à
grade mais próxima do hotel, erguendo a proteção e metendo-se nos túneis d’água
enquanto Shakhan aparecia na varanda do palácio de Aveh e começava o discurso
de abertura do Torneio:
_ Bravos jovens estão derramando
seu sangue nas linhas de frente. Nosso exército é o melhor, mas as marés da
guerra são incertas. Para proteger a tradição de Aveh e preservar a paz neste
deserto, todos devemos tomar decisões perturbadoras. O deserto é um tesouro
precioso, passado a nós por nossos ancestrais. Aqui, podemos forjar nossas
mentes e corpos em um só. Nossos professores são o sol e o vento. Nos reunimos
aqui hoje, com nossos corpos fortes forjados pelo deserto. O sol sobre nós é o
mesmo que queima sobre nossos pais na frente de batalha. O vento soprando aqui
é o mesmo que agita nossa resolução e nossas preces e as leva aos nossos filhos
no front. Este Torneio eleva nossos espíritos e renova nossas bênçãos deste
deserto em que vivemos.
Eram palavras inspiradas, sem
dúvida, mas Shakhan podia estar sendo sincero tanto quanto podia estar
fingindo. Sua expressão e o tom de voz continuavam insondáveis. E ele
prosseguiu:
_ Bravos, guerreiros, lutem bem e
não envergonhem nossos irmãos em batalha. Que o 338o Torneio comece!
Um gongo soou na praça e a
multidão foi ao delírio. Shakhan olhou para baixo, satisfeito com o discurso.
_ Hmm... Discurso entusiástico,
se posso dizer isso de mim mesmo.
Alguém se aproximou por trás e Shakhan
reconheceu a figura marcial de Ramsus.
_ Ah, Comandante Ramsus. Desculpe tê-lo
mantido esperando. Por aqui, por favor.
Miang entrou logo atrás de
Ramsus, mas o comandante não aceitou a poltrona especial que lhe fora
destinada.
_ Temo que eu não tenha tempo
para tais frivolidades. Passei apenas para me despedir.
_ É uma pena – lamentou Shakhan –
Não gosta do nosso entretenimento?
Ramsus deu uma olhada para a
praça onde os lutadores se reuniam e respondeu simplesmente:
_ Acho tedioso.
_ Ora, deixe estar, Comandante –
disse Miang – Shakhan está apenas tentando mostrar hospitalidade. Pessoalmente,
eu acho artes marciais muito interessantes. Ficarei esperando para assistir ao
Torneio.
_ Dizer que este evento é um
tributo a você, Comandante, não é exagero – floreou Shakhan – Sua graciosa
ajuda em nossa hora de necessidade nos permitiu celebrar a fundação do país
hoje.
_ Fundação, que impróprio – e
voltou-se para Shakhan – Nem ao menos é o seu país. Hmph, faça como quiser.
Virou as costas e saiu. Sem se
dar por achado, Shakhan perguntou:
_ Miang, e quanto ao Torneio? Vai
nos agraciar com sua companhia?
_ Sim, seria um prazer.
_ Ah, está começando!
O gongo soou novamente lá
embaixo, anunciando a primeira luta: Gonzalez contra o ‘Jovem Viajante’. Ante a
ovação do público, Miang viu Fei pela primeira vez, entrando na arena pela ala
esquerda e comentou consigo mesma:
_ Ora... Mas que rapaz bonito!
A luta começou. Gonzalez era um
grandalhão careca e barbudo com uma clava de homem das cavernas e um físico
bruto, mas Fei logo percebeu que não teria dificuldades para vencer, se
quisesse.
Ainda assim, a fim de tornar as
coisas mais simples para Bart, ele procurou encenar uma boa luta. Veio o
primeiro golpe com a clava, e o segundo, e também o terceiro. Lentos demais,
mas Fei recebeu todos eles, caindo ao chão ao ser atingido pela terceira vez.
Mas tivera o cuidado de não
receber os golpes em cheio, e não se ferira de verdade. Enquanto Bartholomew
Fatima vencia as alterações de intensidade da correnteza sob o castelo, nadando
rio acima, Fei tornou a ficar de pé, recebendo alguns golpes mais pesados e
recuando até a borda do ringue.
Enquanto Bart saía do
reservatório de água e levava uma bronca do velho zelador, Fei evitou o golpe
que o derrubaria para além do ringue e revidou com um Raijin, lançando Gonzalez
para o outro extremo da arena, quebrando a clava e pondo o adversário fora de
combate.
Bart acabara de sair para o pátio
interno do castelo, olhando desconfiado para os lados, mas não havia qualquer
guarda realmente próximo, e os demais pareciam estar olhando fora das muralhas.
Até ali, o plano de Citan parecia estar indo bem.
Na arena, Fei lutava contra o
badalado e exagerado Big Joe, que entrara na arena fazendo alarde e, depois de
uma volta por todo o ringue, voltou-se para Fei e apontou para ele, dizendo:
_ Sinto muito garoto, mas agora é
a ‘hora do Joe’!
Pior do que o trocadilho (‘show time’, ‘hora do show’ em inglês, tem
som parecido com ‘Joe’s time’, ‘hora
do Joe’) só mesmo o estilo de luta do grandalhão de cabelos verdes. Fei não
conseguiu entender por que a platéia delirava tanto, mas ao menos isso tornava
a luta um pouco mais fácil de disfarçar; Fei teve que enfeitar muito e fingir
sentir os golpes para prolongar a luta mais um pouco, mas não demorou para, por
reflexo, bloquear um ataque de Joe e revidar com mais força do que pretendia, atingindo
Joe em cheio, derrubando-o para fora da arena e encerrando a luta, mediante a
reclamação da platéia e da choradeira do grandalhão.
No meio tempo, Bart subira até o
segundo andar, escondendo-se entre as bibliotecas e cômodos enquanto procurava
por Margie. Teve que enfrentar alguns guardas menores, mas bem menos do que
seria de esperar. Fei devia estar fazendo um ótimo trabalho.
Na arena, enquanto isso, Fei
deparou-se com o mago e alquimista viajante Scud, uma figura curiosa com um
turbante na cabeça e um manto verde que avisou o rapaz para que ele tivesse
cuidado com suas pílulas. Pareceu estranho a Fei, até ser atingido pela ‘Pílula
Estranha’, que envenenou Fei e o deixou atordoado e fraco, alvo perfeito para o
ataque de abelhas do alquimista. Enquanto Fei tentava clarear a mente, Scud o
atacou com uma faca e depois recuou, espantado que o rapaz ainda estivesse de
pé.
Fei esperava que Bart estivesse
adiantado dentro do castelo, pois Scud finalmente era um adversário que
precisava de atenção. Scud aproveitou o momento de pausa para usar uma ‘Pílula
Forte’ e uma ‘Pílula Alegre’ para garantir que seu próximo golpe seria o
último. Foi, portanto, uma surpresa para ele quando seu ataque seguinte, que
ele imaginava ser rápido demais para qualquer ser humano, encontrou apenas o
vazio. Fei saltara para longe e colocara-se em posição de defesa, já recuperado
pelo poder do sua técnica ‘Valor de Ferro’, que aumentara sua força.
Scud tornou a atacar, ainda mais
veloz do que qualquer humano comum, mas apesar da força e velocidade, ele não
era um verdadeiro lutador. Seu primeiro ataque com a faca encontrou o vazio, e sua
guarda ficou aberta por um instante maior, e um Senretsu de Fei o jogou para o
alto e para trás, conseguindo uma ovação ruidosa do público.
Semifinais do torneio. Fei olhou
para o adversário e surpreendeu-se, pois não era ninguém menos que Dan. O
menino olhava para ele com o mesmo olhar rancoroso de antes, e não era menos
surpresa o simples fato de ele estar ali.
_ O que está fazendo aqui, Dan?
_ Hmph! Eu fugi da casa da Yui!
Estou aqui pra vingar a morte da minha irmã! Seu assassino! Você vai pagar!
_ Dan, por favor...
Nem mesmo para manter o disfarce de seu amigo
Fei se obrigaria a lutar com Dan, e o menino aproveitou para atacar com golpes
que o próprio Fei lhe ensinara, enquanto dizia atacar por sua irmã, por Timothy
e por todos os de Lahan. Fei não teve problemas para se afastar ou para conter
os golpes do menino; ele conhecia todas aquelas técnicas, afinal, e sabia como
evita-las, e esperou poder continuar apenas se defendendo e esquivando, levando
Dan a se cansar.
De repente, Dan se afastou e uniu
as mãos, reunindo energia do Chi diante de si.
_ Heh! Não vai escapar, seu
assassino!
E a liberou num Tiro Guiado de
grande poder e intensidade, uma versão em miniatura do poder do Weltall em
aparência e, Fei logo percebeu, talvez quase em força, também. A rajada de
energia recobriu o rapaz e o empurrou para trás com violência, e Fei precisou
de toda a sua força e concentração para não ser jogado para fora da arena.
Dan lançou outra vez o Tiro
Guiado, e Fei não conseguiu esquivar-se, suportando sem poder se mover e
esperando que Bart aproveitasse a chance, porque não acharia que passaria
daquela luta.
Bart, enquanto isso, estava num
lance de escadas e subindo depressa. Haviam alterado algumas coisas dentro do
Castelo Fatima; nem tudo estava como ele se lembrava, e agora, havia guardas
atrás dele. Tiros espocaram atrás de si e ele subiu, desaparecendo da visão de
seus perseguidores. Eles continuaram a segui-lo e se voltaram para esquerda,
por onde ele fora, e o jovem príncipe os atingiu de repente, balançando nos
chicotes que prendera a um caibro do teto e derrubando os guardas de surpresa.
Como iria imaginar que haveria vigias responsáveis o bastante para não estarem
vendo seu amigo Fei na arena? Ou seria possível que Fei tivesse sido derrotado?
“Ah não, de jeito nenhum! – ele
pensou consigo mesmo – Até parece! Ninguém pode ganhar daquele cara! É melhor
parar de pensar bobagem e ir buscar a Margie; mesmo sem perder, uma hora ele
vai ser o campeão, e o Torneio acaba. Tenho que me apressar.”
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