E lá vai o Capítulo Oito, onde entendemos um pouco mais do inimigo, vemos quem Bart e os piratas querem resgatar, e temos até uma palhinha de como vai ser feito! Té semana que vem, e no meio tempo, mantenham os dedos cruzados!
Queria comprar meu box da coleção 'Nobres Cavaleiros' do Yu-Gi-Oh! até o final do ano, mas parece que os distribuidores tão embaçando... Oeoe, hora de exercitar a paciência.
(olhem só no link, e cliquem na imagem da caixa. Bonito, né? A lenda do Rei Arthur, versão Yu-Gi-Oh! Eu quero!! *_*)
http://yugioh.wikia.com/wiki/Noble_Knights_of_the_Round_Table_Box_Set
Capítulo 8 – Operação Aveh
Bledavik, a Capital Real de Aveh,
era realmente um espetáculo à parte. Fei achara que Dazil era uma cidade grande
e cheia de vida, mas a capital de Aveh era tão grande e estava tão movimentada
que ele chegou a se assustar um pouco com o barulho no início. Aquilo não tinha
a menor semelhança com a tranqüilidade e sossego de Lahan, e Citan estava
particularmente satisfeito com isso. Ao menos por enquanto, Fei parecia estar
de volta à sua disposição normal, enquanto Bart descrevia um pouco de sua
cidade para o amigo.
Enquanto eles entravam despercebidos
pelo portão principal da cidade, um enorme cruzador aéreo aproximou-se da
cidade e desceu para um hangar subterrâneo próximo ao palácio. Suas asas de
metal fecharam-se e ele atracou. Era uma nave branca e com um símbolo militar
que estava se tornando muito familiar em Bledavik: o brasão da Gebler. Na ponte
de comando, os oficiais de bordo relatavam:
_ Atracamento completo.
_ Convés, todas as seções em
segurança.
_ Distribuição de gravidade
normal. Desligando sistema de propulsão.
_ Cancelar estado de alerta –
falou o comandante – Iniciar reparos e reabastecimento imediatamente.
O comandante presente era um
homem alto e de aspecto impressionante, com uma armadura mesclada em negro e cinza,
de cabelos brancos e olhos cinzentos. Era a aparência tranqüila de um
estudioso, mas qualquer um que conhecesse o mínimo de sua fama saberia
tratar-se de um mestre espadachim, temível mesmo entre altos membros da Gebler.
Ao seu lado, uma bela jovem de cabelos e olhos de um tom azul muito escuro e
com o uniforme branco de imediato falou:
_ O Primeiro Ministro e o General
Vanderkaum estão aqui para ver você, Comandante.
_ Hmph, que boas-vindas mínimas.
_ O que esperava? – indagou ela
com o mesmo ar de superioridade do outro – Estamos na ‘superfície’.
_ Vamos desembarcar, Miang.
Ambos desceram, e foram
recepcionados em pessoa por Shakhan e pelo general, o Primeiro Ministro deu as
boas vindas.
_ Bem, bem, Comandante – disse
Shakhan – Mal chegou ao comando e já está alcançando esplêndidos resultados.
Shakhan era um homem alto, quase
da mesma altura que o comandante da Gebler, mas era mais magro e calvo. Seus
olhos repuxados e o bigode fino davam uma impressão de cinismo e mesmo aliados
não ficavam à vontade próximos a ele. Shakhan passava a impressão de sempre
estar planejando uma forma de levar a melhor sobre os demais e, depois do golpe
de estado que levara à morte o antigo rei, Edbart IV, e colocara a ele no
poder, essa impressão era ainda mais nítida. Ele ainda disse estar
impressionado pela facilidade com que o novo comandante afastara os soldados de
Kislev, mas o Comandante meramente o ignorou, dirigindo-se a Vanderkaum.
_ Eu não posso acreditar que
vocês foram vencidos por uma força tão pequena... Acabei de conseguir o meu
posto e já está me constrangendo!
O General Vanderkaum era um homem
ainda mais alto do que o próprio Comandante, mas tinha maior experiência de
combate e uma aparência mais terrível. Além da altura, da força física
evidente, a despeito de sua idade e do olhar frio, ele ainda trazia uma
estranha cruz púrpura tatuada em seu rosto. Todos os seus subordinados o temiam
e com certeza teriam ficado surpresos em vê-lo baixar a cabeça e aceitar a
reprimenda sem retrucar:
_ Eu sinto muito, Comandante.
Eles eram mais persistentes do que havíamos antecipado. Eles tinham um novo
modelo de Gear que era muito móvel. Eu não pude coloca-lo no alvo do canhão
principal. De outra forma, nós com certeza não teríamos sido vencidos por...
_ Idiota! – interrompeu o
Comandante – Saiba quando usar a arma principal, e em quem! Você falhou porque
tenta sempre resolver tudo à força. Tem músculos no lugar de cérebro!
_ Comandante!!
Vanderkaum estava indignado pela
reprimenda pesada, e mais ainda por ter sido feito diante de outras pessoas,
mas o Comandante apenas fez um gesto, cortando a réplica.
_ Dispensado. Vá polir o seu
amado canhão de 1200 sem.
E ele próprio afastou-se,
deixando Miang para trás falando com Vanderkaum e obrigando Shakhan a
apressar-se para acompanhar seus passos.
_ Amanhã é o 500o
aniversário deste país – disse o ministro – Por favor, venha à cerimônia de
dedicação.
O Comandante não respondeu, nem
se deu ao trabalho de olhar para o interlocutor, e Shakhan resolveu insistir:
_ Há um Torneio costumeiro depois
da cerimônia de dedicação...
_ E quanto ao incidente daquele
relatório? – perguntou o Comandante, sempre sem olhar para o outro. Miang os
estava alcançando e ouviu Shakhan responder:
_ O quê? Ah, está falando da arma
móvel de quinhentos anos de idade retirada das ruínas? Graças à ajuda do
‘Ethos’, os reparos estão completos. Eu achei que poderíamos anuncia-la no dia
da cerimônia de dedicação...
_ Brinquedos como aquele devem
ser dados a Vanderkaum – o Comandante interrompeu, enquanto caminhavam pelos
corredores que conduziam ao interior do Castelo Fatima, ainda encarando adiante
– Eu estou falando do ‘Jasper de Fatima’.
_ Eu já obtive uma metade do
artefato – respondeu Shakhan enquanto passavam por outro corredor – Mas não fui
capaz de fazê-la me dizer onde a outra metade está. É uma garota de vontade
muito forte...
_ Não está sendo duro com ela,
está? – o Comandante perguntou, finalmente encarando Shakhan.
_ Claro que não. Sei como despreza
esse tipo de atos vulgares.
Mas o Comandante não podia dizer
nem pela voz nem pela expressão de Shakhan se ele estava dizendo a verdade, e
tornou a olhar para frente.
_ Você disse que a garota é a
Madre Sagrada de Nisan... Ela está lá em cima?
_ Sim, na torre leste.
_ Miang – perguntou ele à sua
imediato – será possível que fosse uma ‘Relíquia’?
_ Sim – confirmou a jovem – mas
ainda não há resposta. Deve haver uma barreira, ou algo do tipo. No entanto,
nós sabemos pelos registros de quinhentos anos atrás que uma delas certamente
existe nesta vizinhança. E provavelmente está bem preservada.
O Comandante apenas concordou
pensativamente com a cabeça por um instante, antes de dizer:
_ ... Vamos nos encontrar com
ela. Quero falar diretamente com ela. Miang, você vem comigo.
_ Sim, senhor.
O casal seguiu Shakhan até uma
porta vigiada na torre leste do castelo, e o ministro ordenou:
_ Abra a porta. O Comandante
Ramsus está aqui para vê-la.
A porta foi aberta e Ramsus e
Miang entraram. Lá dentro, uma jovem com cerca de quatorze anos levantou-se,
surpresa com a visita, e os olhou com curiosidade:
_ Quem são vocês?
_ Eu sou Ramsus, e ela é Miang –
a voz do Comandante agora era gentil e controlada, o que teria surpreendido
Vanderkaum e qualquer um que estivesse presente durante sua reprimenda anteriormente
– Gostaríamos de fazer algumas perguntas.
_ Eu sou Margie – respondeu a garota,
parecendo estar à vontade – Bom, na verdade é Marguerite. O que vocês querem
saber? A minha comida favorita? Eu gosto de bolos, o Chiffon de Nisan é o meu
favorito. Já faz tanto tempo que eu não como nenhum...
Shakhan não entrara com eles. Uma
câmera escondida no quarto estava ativa enquanto a entrevista acontecia, e
puderam ouvir Ramsus dizendo:
_ Marguerite, nós queremos
perguntar a você sobre o tesouro da família Fatima. Estou falando do ‘Jasper de
Fatima’. Sabe, eu estou mantendo o pedaço que você tinha num lugar seguro. Mas
não sei onde está o outro pedaço. Você sabe?
_ Não sei – disse a garota, dando
de ombros com ar ingênuo – O que eu tinha vocês tiraram de mim. E nem me deram
nada por ele! Ah! Da próxima vez que vier, pode trazer um pouco de Chiffon de
Nisan? Eu costumava comer dele todo o dia em Nisan. Acho que não fazem aqui em
Aveh. Aveh costumava ter confeiteiros muito bons, mas eu acho que todos devem
ter morrido na guerra.
A garota era mesmo muito ingênua,
pensou Ramsus. Falava dos mortos lamentando mais a perda da sua sobremesa
favorita e tinha aceitado com naturalidade a perda de sua metade do Jasper,
queixando-se apenas de não ter recebido nada em troca. Era como uma criança, e
foi assim mesmo que ele a tratou.
_ Isso é mesmo uma pena. Bem, eu
não entendo muito de bolos, mas vou ver se consigo encontrar algum para você da
próxima vez.
_ Obrigada, Ramsus. Eu vou ficar
esperando!
_ Precisa de mais alguma coisa?
Se houver algo que você queira, eu trago da próxima vez.
_ Não, eu só quero voltar pra
Nisan – disse ela, juntando suas mãos e olhando para baixo – Eles devem estar
muito preocupados comigo.
_ Eu sinto muito mas, por favor,
espere só por mais algum tempo. Nós queremos que fique aqui até acharmos a
outra metade do ‘Jasper de Fatima’.
Pela câmera, Shakhan estava a par
de tudo o que fora falado e não fez questão de esconder sua admiração.
_ Estou espantado que ela tenha
falado tanto. Ele consegue lidar com mulheres tão bem quanto dizem.
Levantou-se, então, e torceu a
garrafa de vinho que nunca deixava sua cabeceira, baixando o quadro que
disfarçava o monitor enquanto seu auxiliar perguntava, indicando a imagem:
_ Está mesmo tudo bem?
_ Eu não posso impedir que eles
se encontrem com ela. Não quando é dele que estamos falando. Além disso,
Marguerite não está falando, de qualquer modo; então, não há necessidade de se
preocupar. Mas por onde a informação sobre o Jasper vazou...? Pelo ‘Ethos’? – e
fez um gesto brusco em seguida, dispersando a própria idéia – Ridículo!
Mas continuava a andar de um lado
para o outro do aposento, inquieto, pensando na integridade dos seus planos.
Por fim voltou-se para o auxiliar.
_ É melhor descobrirmos quem está
deixando vazar informações imediatamente. Neste meio tempo, teremos que
administrar um pouco de soro da verdade em nossa convidada, Senhorita
Marguerite. Precisamos encontrar a outra parte do ‘Jasper de Fatima’ tão rápido
quanto pudermos.
_ Mas...
_ Apesar dos feitos do último
comandante, Vanderkaum, desta vez a Gebler enviou seu maior oficial comandante.
Seu país está jogando todo o seu peso nesta questão. E não há nada que possamos
fazer a respeito!
De volta a Aveh, Bart estava
feliz por estar de volta à sua cidade, mas também estava olhando para todos os
lados. Era preciso cuidar-se com guardas ou pessoas que pudessem reconhecê-lo
como o filho do falecido rei, pois isso podia ser perigoso. Citan sugeriu que
fossem até a estalagem mais próxima e, uma vez lá, disse:
_ Vamos alugar um quarto aqui
para podermos planejar com calma.
_ Ah... Com licença, você não é o
Príncipe Bartholomew?
Os três se voltaram para deparar
com uma jovem freira. Cautelosamente, Bart perguntou:
_ E você é...?
_ Fui mandada para cá pela Seita
de Nisan. Estou aqui para saber de Madre Marguerite. Eu sabia que viria mais
cedo ou mais tarde, Príncipe Bartholomew...
_ Bem, não devemos conversar aqui
– interrompeu Citan – Há um quarto que possamos usar?
_ Sim, claro, vocês devem estar
exaustos. Por aqui.
Eles seguiram a freira até o seu
quarto e só depois, com as portas já fechadas, ela perguntou a Bart:
_ Desculpe perguntar, mas quem
são...?
_ Ah, estes são Fei e Citan. Vão
me ajudar a salvar Margie.
_ Muito obrigada por virem até o
calor deste deserto – ela inclinou a cabeça em agradecimento – Eu sou uma serva
da Seita de Nisan. Desde que Shakhan levou a Madre Marguerite eu tenho
procurado meios para salva-la. Tenho tentado descobrir onde ela está sendo
mantida. Eu estive ocupada, ouvindo os operários falando nas idas e vindas do
castelo, e dando comida aos guardas que estão preparando o Torneio para
soltarem suas línguas, também. Finalmente, consegui a informação ontem. Margie
está na cidadela. O problema é como penetrar no castelo. Eu pensei muito a
respeito, mas a situação parece muito ruim. Sinto muito.
_ Tudo bem – tranqüilizou Bart –
Ao menos sabemos onde ela está agora. Pode relaxar, nós vamos achar um meio de
penetrar no castelo.
_ Minhas desculpas. Se houver
mais alguma coisa que eu possa fazer para ajudar, é só pedir. Você tem alguma
boa idéia?
_ Ainda não – respondeu Bart –
Mas vamos dar uma volta pela cidade e ver o que podemos descobrir. Sossegue!
Nós vamos achar um jeito de trazer Margie com a gente!
_ Muito obrigada a todos. Me
avisem, então, quando tiverem um plano. Poderão me encontrar aqui.
Os três voltaram para a feira
animada que acontecia no mercado. A cidade fervilhava de vida com a cerimônia
de dedicação tão próxima, e Bart achou que poderia encontrar velhos conhecidos
na cidade para falarem sobre um meio de entrar no castelo. Fei e Citan, por sua
vez, seguiram rumo à feira mais próxima do castelo e foi lá que um sujeito
afobado perguntou:
_ Ei, chapa! – disse,
dirigindo-se a Fei – Vai entrar no Torneio também e tentar se tornar o campeão?
_ Campeão de quê? – perguntou
Citan.
_ Como? Não estão sabendo do
Torneio?
_ Vai nos perdoar, mas acabamos
de chegar e não sabemos nada sobre o Torneio.
_ Ah, turistas, hein? Bem, deixem
eu falar do Torneio. Todo ano eles promovem um grande torneio de artes marciais
aqui, em Aveh. Lutadores de todo o mundo se reúnem para ver quem é o mais
forte. É como uma grande briga. Todos ficam loucos apostando em quem vai
ganhar. Então, que tal tentar a chance?
_ Apostar no Torneio... – meditou
Citan – Permitem isso num evento tão grandioso?
_ Pode apostar. Os soldados são
loucos por isso. Se Kislev nos atacasse amanhã, Aveh viraria história.
Citan pareceu muito interessado
ao ouvir aquilo, embora o rapaz animado não tenha percebido nada, continuando a
falar:
_ E aí o que vão fazer? Ainda dá
pra se registrar, mas os mais fortes já estão registrados. Os restantes vão ser
só prêmios de consolação, mesmo...
_ Vamos esperar para ver –
respondeu Citan – Pode ser que alguns lutadores fortes ainda não tenham se
registrado.
O rapaz se afastou e Citan disse:
_ Fei, podemos tirar vantagem
disso! Se você criar uma distração no Torneio, os guardas prestarão mais
atenção em você do que em seus postos. Isso tornará mais simples para nós
penetrarmos no castelo e resgatar Margie. E então, vai entrar no Torneio?
_ Quem... Eu?
_ Enquanto você atrai a atenção
dos guardas, o jovem pode invadir o castelo. Com certeza, você percebe que este
é o único meio de podermos entrar?
Fei ainda pareceu indeciso e
Citan tomou a frente, indo fazer o registro dele. Fei disfarçou seu nome e
assinou como o “Jovem Viajante” e ambos foram dizer as novidades para Bart.
_ Haverá um Torneio amanhã, e com
certeza, as mentes dos soldados estarão mais no Torneio do que em seu trabalho.
Podemos usar isso a nosso favor.
_ Como assim?
_ Fei vai participar. Faremos com
que ele de um dê um grande show. Agora, como fará para entrar no castelo?
_ Ah, isso? Bem, um conhecido
falou de uma história sobre um garotinho que ficou preso no sistema de dutos
d’água do castelo durante uma brincadeira. Desde então, as grades que dão
acesso ao duto têm estado trancadas. Só que o meu conhecido tinha a chave.
E mostrou uma chave pequena e
antiga com ar de satisfação. Mas Citan ainda não parecia muito certo disso.
_ Você acha que consegue nadar
contra a corrente, jovem? Lembre-se que, no sentido do castelo, é preciso nadar
rio acima.
_ Eu sei, Citan, mas a
intensidade das correntes muda o tempo todo. Pode dar algum trabalho, mas acho
que consigo chegar até lá.
_ Então está bem. Fei vai atrair
a atenção deles enquanto participa do Torneio, enquanto Bart entra no castelo
através das trilhas d’água, a partir do poço da cidade. Depois disso, ele resgatará
Marguerite da cidadela. Eu irei com Fei ao Torneio e vou ajudar com a multidão,
e garantir nossa fuga. Vamos por este plano em prática amanhã. Por isso, é
melhor descansarmos um pouco.
Os dois concordaram, mas nem Bart
nem Fei puderam dormir muito bem, pensando no que aconteceria no dia seguinte.
Para Bart, se tudo corresse bem, deveria ver novamente o velho Castelo Fatima e
salvar sua querida prima Margie. Para Fei, quem saberia?
WILL SHINE ON THE FACE OF THE MOON
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