segunda-feira, outubro 22

UNCHARTED

Opa, fala gente blogueira! Numa época estranha em que pessoas não gostam de ler, mas ainda há esperança, saudações do Louco!

Colegas e colegos escritores sempre mencionam dificuldades comuns, uma das minhas favoritas sendo algo como 'eu estou nesse ponto, e quero chegar nesse pedaço, e não sei como preencher o espaço entre aqui e ali'. E é com isso em mente que eu trago, pelo que me parece a segunda vez, Sentado à Beira de um Caminho!

(não, foi um trocadilho tosco pra aproveitar o nome da música, aye, mas também tem a ver com o tópico ^^)

Uma boa história - ou uma bem capenga, que você queira escrever só porque sim - tem sempre um começo, um meio e um fim. Temos exceções como as histórias de Marvel e DC, que têm heróis que nunca envelhecem ou morrem de verdade, e o Dragon Ball e o Goku, também, mas tratemos a coisa num modo geral. O autor é o primeiro leitor-espectador, porque ele é quem vai percorrer todo o caminho pra deixar a coisa disponível antes dos outros poderem apreciar. E pra ele, ou ela, a coisa é como um mapa. Você vê o começo (empolgante!!!), o meio (isso ou aquilo que seria legal se acontecesse) e o fim (sem idéia de como chegar lá, mas deve acabar mais ou menos assim...).

Epa, mas um mapa indica exatamente como chegar lá, seu picareta, vocês vão dizer. Então, esqueci de mencionar que o mapa tá borrado. Você consegue ver pontos dele, não a coisa toda. As estradas que ligam pros pontos em que se quer chegar tão borradas, e cabe a você, que tá lendo-assistindo pela primeira vez refazer o que falta.

Trabalheira? Cara, isso é muito louco!!! É ter o poder de Deus na mão, sem brincadeira!!! Você decide o que, como e quando vai acontecer!! Se isso não é bom, o que é?!

Claro, é aí que a gente trava. A vida e as histórias funcionam do mesmo jeito, e fica relativamente fácil levar se você souber do que tá falando. Seus personagens vão agir, as ações deles causam consequências, e eles têm personalidades. Levando isso em conta, você pode planejar várias rotas e escolher uma delas pra levar até o próximo 'bolsão', o pedaço que você sempre soube que estava lá, e que não borrou. E por vezes, quando chega lá, pensa em fazer diferente; essa idéia ou aquela não são mais práticas, ou ficariam melhores se você fizesse 'isso', ou então 'isso', ou até um pouco 'daquilo' - nunca esperaria seu personagem fazendo 'aquilo' mas, hei! Você não esperava que 'isso' fosse acontecer, também.

(papo de doido, né? Tá, tá, eu paro)

Claro de novo, autores e autoras têm todo o tipo de problema pra lidar. A rotina do dia a dia não abre muito espaço pra escrita, e temos tensões e preocupações que influenciam as idéias. Pior, às vezes você tem uma idéia cintilante, que encaixaria como uma luva no pedaço da sua história que tá faltando. E aí, rola esse aborrecimento ou aquela surpresa fabulosa que apagam a idéia completamente da sua cabeça, e você só lembra que era algo 'mais ou menos assim'...

Sugestões? Anote tudo o que puder. Seja num IPad, num caderninho ou nas costas da sua mão, desde que não se perca o impulso. Se chegar no bolsão do mapa com três ou quatro possibilidades de idéia, tente respeitar as personalidades de seus personagens e escolher a melhor consequência. E também, por incrível que pareça, não tenha muito remorso em mudar de idéia e deixar de lado o bolsão, a maioria das coisas que você tinha planejado no começo e, por que não, até mesmo o final. Aye, você me ouviu. Quando se começa, você tem certeza de que sabe como vai acabar, mas uma história de verdade é como a vida; muda a cada decisão nova, repentina, e a gente é muito de lua. Cresce-se durante a história, por causa dela ou com ela; descobrir um jeito novo e talvez até melhor de terminar não é assim tão difícil.

E de novo, não abandone a sua idéia. Às vezes temos uma melhor, às vezes ficamos sem tempo, às vezes aquele maldito bolsão tá longe demais pra se alcançar, e a estrada pra chegar lá não se forma... mas se não for você, ninguém mais vai terminar. Escritores e autores em geral são os primeiros leitores, e se não lerem até o final, e não publicarem, ninguém jamais vai saber. E sabe? Às vezes uma boa idéia que se divida pode inspirar outros a verem outras possibilidades, outras histórias, e continuar assim um ciclo que não termina desde que o ser humano descobriu que gostava de contar 'causos' ^^ Ou mais, você pode inspirar um ouvinte, espectador ou leitor a se tornar o novo Pedro Bandeira, Tolkien ou J. K. Rowling! Fala que não vale a pena?

Forte amplexo do Louco, que dá lá as suas relaxadas, mas não pára de escrever enquanto for capaz de digitar, ou riscar alguma coisa.

P.S: Oooops, quase esqueci; o título, caso alguém não conheça, veio de um sucesso dos videogames. O termo 'Uncharted' é algo como 'não catalogado', mais ou menos como os nossos mapas de idéias. Sabe-se que tem alguma coisa naquela direção, e que pode valer a pena dar uma olhada, mas ninguém sabe exatamente o que é, ou como realmente chegar lá. Vale a exploração, eu acho ^^

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