segunda-feira, outubro 15

CARAS DO MAL


Holas, pessoas! Admirado com a própria demora em voltar aqui, saudações do Louco!

Tá, eu vou admitir, tem a ver com a falta de assunto, também. Tenho tido a sensação recorrente de estar andando em círculos, reciclando matérias já usadas de escritor, pá e tals, e com a idade chegando, por vezes tenho a impressão de já ter dito de novo e de novo a mesma coisa trocentas vezes.

E, sim, se dei as caras hoje, foi porque me ocorreu algo mais ou menos original a mencionar. Sem enrolar mais, trago a vocês Tipos de Vilão.

Aqui cabe uma pergunta lógica: o que, exatamente, faz um vilão? Molhando os pés numa poça de filosofia por um momento, vale lembrar que pra cada pessoa, seus adversários são os vilões, mas você é sempre o herói, ou heroína. Você tá defendendo o seu lado, está certo, e se existe vilão na história, são os caras que estão contra você desse ou daquele jeito, certo? Bem, não. Foi mal, mas você 'pode' ser mesmo o vilão, ou vilã, do assunto. E não atire em mim por dizer isso, sou só o mensageiro da má notícia, não o causador. 

Mas, sim, tem um jeito de saber o que define um vilão, alguma coisa que acho que mesmo os argumentativos vão ter dificuldade em defender. O quê? Nah, não vou dizer agora, dá um tempo. 

O legal é que, com todos os clichês e a tendência em repetir (é virtualmente impossível criar algo que já não tenha sido usado, né Miki?), há uma variedade legal de personagens pra escolher e, é claro, isso escolhe os vilões também. Mas vejamos se eu consigo abarcar uma boa dose deles, sem estender demais o assunto...

_ O Gênio do Mal: A mente mestra, o cara que fica nos bastidores e, se aparece, é todo sorrisos e gentilezas, igual ao seu tio ou tia favorita, a pessoa de quem você 'vai' gostar e que vai partir seu coração se você algum dia descobrir que era o principal responsável por todo o seu infortúnio. Alguém frio e ponderado, que raramente vai perder o controle da situação e vai conseguir transformar a maioria das situações em uma chance de espinafrar o herói ou heroína da história. Esqueça ameaças, um gênio do mal não perde tempo com aqueles discursos longos contando o próprio plano - bem, às vezes sim; quando se é genial, você quer que todo mundo, principalmente seu maior inimigo, veja o quanto e pague um pau pra sua inteligência - e, se ele ou ela quiser ferrar com a sua vida, ele 'vai'. Com um plano elaborado ou não, mas vai. A não ser que você seja o total antônimo dele, o 'gênio do bem', uma categoria ameaçada de extinção (a maioria dos heróis não são exatamente gênios, não sei se notaram).
exemplos mais comuns: matriarcas de famílias ricas em novelas, magos e guerreiros poderosos em filmes e livros, sujeitos e mulheres de aparência sinistra e roupas de tons escuros em desenhos da Disney. Ah, e alguns dos seus melhores amigos.

_ O Capanga: A pessoa que paga um pau pro gênio do mal, que por vezes até se vê como um, mas que não saberia abotoar a própria roupa se o supracitado não estivesse lá pra mandar ele ou ela fazer isso. O capanga, na verdade, é quase o oposto do gênio do mal; o que o primeiro tem de discreto ele costuma ter de espalhafatoso, o que o primeiro tem de inteligente ele costuma ter de burro, enquanto o primeiro costuma ser único eles são bem comuns. E também costumam gostar de cenas, seja lutando abertamente com o personagem principal ou só espezinhando pra comprar uma briga, dependendo se o que você vê é um livro bom ou um romance adolescente, um filme ou uma novela interminável (sim, estou falando de Malhação). O capanga geralmente é aquela pessoa do mal que você vê se ferrando de vez em quando e te faz se sentir melhor, porque 'alguma' punição foi dada pelos seus infortúnios, e na maioria das vezes te faz esquecer que o principal chefão ainda tá lá fora.
exemplos mais comuns: satélites (os alunos impopulares que 'gravitam' ao redor dos populares, cumprindo as ordens deles só pra poderem continuar ali, bem fáceis de ver em histórias de adolescentes em escolas), braços direitos (os caras e meninas que trabalham logo abaixo do executivo importante), brutamontes (na maioria das histórias, você tem cérebro 'ou' músculos; os dois não rola. É claro que há exceções, tipo o Rei do Crime, mas é meio raro).

_ La Femme Fatale: Só pra mulheres, claro, pelo que a homarada agradece encarecidamente. Nem eu sei nem me importo com quem criou o gênero, embora lembre de um bocado delas nos filmes de James Bond e nos livros do tio Ian Flemming, que criou o agente secreto. Pra cada Bond Girl (as meninas que 007 sempre catava no cumprimento do dever), havia pelo menos uma contra-espiã que fosse razoavelmente bonita e absurdamente gostosa (tá, tá, 'atraente'. Mas todo mundo pensou em 'gostosa' ^^), pra distrair a atenção do agente o suficiente pra mergulhar um sonífero ou veneno no martini dele. Ou pra alguma morte mais clássica e rápida, tipo o bom e velho tiro nos cornos.
Claro, é um estereótipo multiuso, não restrito a agentes secretos britânicos. Novelas (sim, de novo; é preciso falar de todas as mídias, mesmo as que odiamos, né?), programas de humor, filmes de terror (na época de filmes bons de vampiro, nove em cada dez mocinhos quase imploravam pra ser deixados sozinhos com la femme fatale. Cada vampira da hora...), praticamente qualquer história aceita ter uma ou várias femmes fatales, elas são inimigas perfeitas! Não só vão atrair os alvos até si como, na última hora, se tudo der errado, ela vai fazer aquele beicinho, aquela cara tipo Gato de Botas no Shrek, e o cara vai hesitar. E autores e autoras menos bonzinhos vão aproveitar a chance pra diminuir as fileiras a favor do herói ou heroína ^^
exemplos mais comuns: secretárias gosto... digo, atraentes, que gostem do papel junto ao próprio chefe, subcomandantes de esquadra estelar, sejam elas as minas dos grandes vilões (lutando pra defendê-lo, quer ele diga que precisa ou não) ou as minas ambiciosas perto dos grandes vilões (lutando contra os adversários deles enquanto pensa numa maneira de usar um contra o outro, e virarem elas mesmas as grandes vilãs), feiticeiras do mal (esquece a madrasta malvada da Branca de Neve; fora o fato de ainda se vestirem de preto na maior parte das vezes, as bruxas más hoje em dia são de parar o trânsito, e aquele lance do nariz com verruga já era)

_ O Parrudão: tá, tudo bem, pras meninas não me acusarem de machista, toma; a versão macho da 'femme fatale'. Quando você tem um gênio do mal fêmea (que aliás, 'pode' ser uma femme fatale), ela pode preferir ter um capanga mais próximo, na maioria das vezes mais burro e mais braçudo pra fazer o que ela querer, poder tirar uma casquinha e não querer mandar nela. Digo, entre uma maldade e outra sempre dá tempo pro lazer, né?
Pra isso tem esse cara, que o público feminino vai ver como nós homis vemos as 'femme fatales'; tudo bem, preciso te deter, mas... ainda te dou um trato! O parrudão geralmente tem físico atlético, boa aparência, às vezes tanto que acaba ficando vaidoso feito pavão e gosta de contar vantagem, tanto dos momentos em que leva a melhor quanto pro fato de que os heróis são mais feios, raquíticos e patéticos do que ele, que faz as meninas babarem. Não lembro quem, mas alguma menina disse que 'as meninas saem com os rebeldes, mas casam com os bons' (Jean Grey, no segundo filme dos X-Men, acho, quando Logan chegou pra dar outra cantada nela). Sei não se é assim na prática, mas...
exemplos mais comuns: instrutores de aeróbica, entregadores de pizza, jogadores de futebol americano, astros do basquete, bandidos adolescentes da vizinhança, motoristas particulares... bom, depende do tipo da história, de novo.

_ A Infantaria: um exemplo mais genérico, aparece mais em histórias em que combates físicos são uma realidade, a infantaria é um conglomerado de antagonistas cujo único propósito no contexto é causar danos permanentes nos heróis. Se der pra causar um letal, firmeza. Costumam ser numerosos, mas ninguém realmente liga pro que eles pensam, se vivem e respiram ou se tem algum exemplar dos tipos supracitados ali no meio; não importa. O que interessa é que eles entrem, lutem, apanhem e até morram, tudo pra preencher algumas cenas e emprestar ação à história. Podem, em caso de super sentai (histórias japonesas com grupos de super-heróis coloridos com uma bazuca e um robô gigante, tipo Power Rangers), ganhar um episódio em que ganham um pouquinho mais de força e ficam mais perigosos, ou conseguem se misturar na multidão... mas estão lá mais pra apanhar, mesmo, enquanto o inimigo de verdade se prepara pra dar as caras.
exemplos mais comuns: exército de drones em Star Wars, exército de 'clones' em Star Wars, soldados Hidler em Changeman, mercenários e espadas de aluguel em Jogos dos Tronos... e também uns capangas e vigias de morros.

... e acho que até tem mais, mas tá bom por enquanto. Se me ocorrer mais algum tipo, ou tipos, e parecer pertinente, eu os acrescento num post futuro, belê? ^^

Hm? O que realmente 'faz' um vilão? Bem, eu diria que é o descaso. Digo, todo mundo tem o direito e até obrigação de defender a própria ambição, e isso é fato. Mas a partir do momento em que se viola o espaço da outra pessoa, ou que não faz diferença pra você se vai usar o seu direito ou o de outra pessoa, bem, meus parabéns! Você tem todos os requisitos básicos pra ser um vilão, esteja na minha galeria ou não!
exemplos mais comuns: pessoas que ouvem som alto (em carros, celulares ou IPads) sem fone de ouvido e sem ligar pro incômodo que causam a outros, fumantes em filas ou em lugares de fumo proibido, motoristas que excedem no álcool antes de dirigir, políticos que aumentam o próprio salário indiscriminadamente, pessoas que se sentam em assentos reservados... eu continuaria, mas a lista é grande, a hora é tardia e eu preciso ir ali do lado. Mas acho que todo mundo consegue pensar num vilão ou dois pros exemplos mais comuns.

Forte amplexo do Louco... tentando não ser pior que a maioria.

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