terça-feira, outubro 4

THE ONE (Tipo Único)


Holas, seres humanos de todas as variedades! Saudações do Louco!

Tendo um insight parecida essa semana (ou pode ter sido aquele iogurte antes de dormir), me ocorreu um assunto interessante que eu tenho 'quase' certeza de não ter puxado ainda. Trago então à tona Personagens Raros Bem Comuns.

Quando criei o Mago Vermelho Kane na versão do meu Oito Caminhos Para Eldora (http://www.clubedeautores.com.br/book/50243--Oito_Caminhos_para_Eldora) eu tava tentando participar de um RPG online de uma amiga, e ela fez um comentário muito interessante; nada de personagens do tipo 'o único elfo negro bonzinho', um 'vampiro que não suga sangue de humanos', um 'dragão humilde'... e por aí vai.

Em algum ponto da história literária, alguém decidiu que criar um personagem 'único' tinha um grande apelo (imagina, aquele tipão com cara de herói na verdade ser um vilão épico!! Imagine um Super-Homem que não estivesse nem aí com a humanidade! Um Dr. Destino que fosse super do bem, preocupado em ajudar o povão!). E a idéia 'é' boa, sem discussão. O problema é que, uma vez que se faz, os outros podem sempre aproveitar a mesma idéia (aproveitar, adaptar, copiar, plagiar... Depende muito de quem tá escrevendo, e como decide usar a coisa). E ao que parece, 'muita' gente decidiu fazer uso disso, e o resultado foi um verdadeiro desfile de personagens raros - o que, lógico, acabou com a raridade deles. ^^

Se todo mundo na sua cidade tem um poder especial ou uma identidade secreta (leia Top Ten do Alan Moore; a cidade de Neopolis e seus super-habitantes existe mesmo!), ser super não é especial; é a regra! Se sempre que você fizer uma espiã linda, gostosa e do mal ela acabar se apaixonando pelo mocinho, ou ficar comovida com a situação desse ou daquele e não for tão má assim, ninguém mais vai esperar grande coisa das próximas. Ninguém vai ficar surpreso com nada que você faça, porque aquele seu estereótipo de vilão ou herói vai ser visto imediatamente como 'a exceção da regra'. Mas se todo mundo é exceção... então a regra é só fazer exceções!

E com isso você rouba da sua história, talvez, o maior charme dela; a habilidade de surpreender. Ninguém vai querer ler algo que já sabe como termina - bom, a não ser aquela galera ansiosa que já começa pelo final -_-'

Tente fazer uma história com personagens mais comuns. Se seu herói for um herói mesmo, se seu vilão for mesmo do mal, se seu vampiro morrer quando tacarem água benta ou luz do sol nele, beleza. Usar uma exceção de vez em quando é legal, mas não toda hora. Não há nada de mais, e você ainda pode se surpreender com o quanto o normal pode ser especial - Kane só podia usar magias de ilusão, nada que causasse dano real. Ao menos, não sem imaginação. Felizmente, fiz um personagem comum, mas muito criativo ^^

E agora, como exceção à minha regra, vamos parar por aqui antes que a coisa fique maior do que deve ^^ Forte amplexo do Louco!


Nenhum comentário: