domingo, junho 1

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Pois é, sou eu de novo! Saudações leitores! Pela terceira semana consecutiva em dia (e achando melhor parar de contar), saudações do Louco!

Apesar de ser contra a minha natureza, principalmente pelo tanto de atenção que já houve sobre isso, peço licença só por essa vez pra dar meu parecer (que ninguém pediu, mind you) sobre o Caso Isabella.

Sem querer desrespeitar a quem seja, já deu ouvir falar nisso. Tá, parece que não tem a ver com escritor, mas de certa forma tem sim. Em mais de um sentido. Me peguei essa semana pensando no motivo pra um crime estar rendendo tanto na mídia, e cheguei à conclusão de que foi o choque. Alguns alunos sugeriram que pode ter a ver com a crueldade da coisa, e com o mistério (pouco importando a opinião popular, a verdade é que, em fatos, ‘ninguém’ ainda decidiu como aconteceu e quem realmente matou a coitadinha). E eu concordo, mas adiciono o choque.

Vivemos numa sociedade onde noticiários relatando terremotos sem precedentes em áreas imensas, furacões devastadores que percorrem estados e países e vítimas de deslizamentos de terra são relatados em verso e prosa durante a hora das refeições, e o público contemporâneo adquiriu a habilidade de continuar comendo e, no máximo, soltar alguns comentários menores de espanto enquanto vêem a destruição e a morte. Só posso imaginar que esse caso, em particular, avançou um nível novo na capacidade do povo comum em se surpreender.

Isso, e o fato de que a imprensa trata a coisa como um reality show dos bem ruins. Quem tem tempo para TV deve ter reparado que a programação normal pode ser interrompida com boletins relatando que o casal continua preso em algum lugar... quero dizer, não foi pra isso que eles foram condenados? O que há de novo nisso?

Repito, não tô desmerecendo o sofrimento, a tragédia do que aconteceu nem nada assim, não é mesmo a minha intenção. Se há detalhes relevantes pra a coisa toda, que sejam debatidos. Mas com menos carnaval e alarde do que tem sido feito.

O que tem a ver com escritor? Procurem o post onde eu falei do fascínio das pessoas sobre notícias ruins. Quem já leu O Senhor dos Anéis sabe que o último livro vem com um sumário histórico sobre os eventos da Terra Média, e vai ver que a Quarta Era foi um tempo de relativa paz, comparada com a Guerra do Anel e os tempos de Morgoth. Mas não se fala disso (que eu saiba. Se houver algum livro a respeito, me contem que eu quero ler!), porque não é o que se quer ler. As pessoas acham a paz chata. Ninguém quer ler sobre como os filhos de Sam cresceram e viveram vidas pacatas, ou com quem Merry e Pipin se casaram. O que realmente dá livros, filmes e assunto são guerra e conflito, ou assassinatos brutais. O Caso Isabella é mais um drama, e é por isso que todo mundo quer detalhes. Só me entristece um pouco que, como sempre, as pessoas prefiram continuar fazendo barulho do que crescer e aprender com o acontecido... pra que, no futuro, crianças de uma nova geração descubram recortes de jornal sobre isso e cheguem a duvidar que aconteceu mesmo. O triste não é que tenha acontecido; é que NADA IMPEDE que torne a acontecer.

E isso porque certas pessoas preferem causar estardalhaço do que resolver problemas, sem fazer barulho ou cartaz do tipo ‘Vejam como eu sou legal, sei resolver isso’.

Lamento não poder terminar de forma mais animada, esse é um assunto meio difícil. Pra terminar, algo que eu tirei de assistir Arquivo Morto (Cold Case, no nome original), que como o jogo Valkyrie Profile, lembra muito o assunto do dia. Histórias bonitas, mas que costumam terminar de forma triste. Uma das coisas que mais me atrai na série é ela terminar com música (na TV aberta, música com tradução em legenda). Elvis Costello sabia, ou quem quer que tenha composto essa música, do estranho fascínio que a tristeza às vezes exerce sobre o cidadão comum, eu acho...

(What's So Funny 'Bout) Peace, Love And Understanding
(O que há de tão divertido sobre) Paz, Amor e Compreensão


As I walk through
Enquanto eu caminho
This wicked world
Por este mundo maldito
Searchin' for light in the darkness of insanity.
Procurando por luz nas trevas da insanidade
I ask myself
Pergunto a mim mesmo
Is all hope lost?
Toda a esperança está perdida?
Is there only pain and hatred, and misery?
Só existe dor, e ódio, e angústia?

And each time I feel like this inside,
E todas as vezes que me sinto assim por dentro,
There's one thing I wanna know:
Existe uma coisa que eu quero saber:
What's so funny 'bout peace love & understanding? Ohhhh
O que há de tão divertido a respeito da paz, amor & compreensão? Ahhh
What's so funny 'bout peace love & understanding?
O que há de tão divertido a respeito da paz, amor & compreensão?


And as I walked on
E enquanto segui adiante
Through troubled times
Por tempos difíceis
My spirit gets so downhearted sometimes
Meu espírito fica tão desanimado às vezes.
So where are the strong
Então, onde estão os fortes
And who are the trusted?
E em quem se pode confiar?
And where is the harmony?
E onde está a harmonia?
Sweet harmony.
Doce harmonia.



'Cause each time I feel it slippin' away, just makes me wanna cry.
Porque toda a vez que eu a sinto escapando, simplesmente me faz querer chorar.
What's so funny 'bout peace love & understanding? Ohhhh
O que há de tão divertido a respeito da paz, amor & compreensão? Ahhh
What's so funny 'bout peace love & understanding?
O que há de tão divertido a respeito da paz, amor & compreensão?


So where are the strong?
Então, onde estão os fortes?
And who are the trusted?
E em quem se pode confiar?
And where is the harmony?
E onde está a harmonia?
Sweet harmony.
Doce harmonia.


'Cause each time I feel it slippin' away, just makes me wanna cry.
Porque toda a vez que eu a sinto escapando, simplesmente me faz querer chorar.
What's so funny 'bout peace love & understanding? Ohhhh
O que há de tão divertido sobre paz, amor & compreensão? Ahhh
What's so funny 'bout peace love & understanding? Ohhhh
O que há de tão divertido sobre paz, amor & compreensão? Ahhh
What's so funny 'bout peace love & understanding?
O que há de tão divertido sobre paz, amor & compreensão?


P.S: Foi mal pelo post meio deprê, vou tentar melhorar isso na próxima. Ah, se quiserem ver um precedente cinematográfico pra a presença do casal Nardone e a atenção exagerada da mídia sobre eles, sugiro Assassinos por Natureza, do Oliver Stone. Se querem uma idéia do peso da mídia e de certas coisas que ‘podem’ acontecer em busca de um assunto que segure a opinião do povo, eu recomendo O Quarto Poder, cujo diretor não lembro, mas tem John Travolta e Dustin Hoffman nos papéis principais. E, pra ver como o povo gosta de se meter na vida alheia, ao invés de cuidar de problemas tão mais urgentes e próximos, eu fortemente recomendo O Show de Truman, com Jim Carey. E é isso, gente. Se tiverem alguma boa sugestão de filme ou livro do assunto, eu agradeço. Té mais.

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