(...)
Estavam sobre os telhados de metal
do Bloco D de Nortune, o clarão das chamas espalhadas pelas naves tombadas e
pelo fogo das barragens de artilharia tingindo a noite de laranja, explosões
ressoando por toda a volta, restos da queda de outra nave de escolta. Fei Fong
Wong conduziu Elhaym Van Houten até um ponto em que ela pudesse ter uma ampla
visão da praça semidestruída e das pessoas correndo em pânico, e aquele medo de
alguma forma parecia chegar até os olhos espantados dela e os pesarosos dele.
_ Olhe pra essa cidade! – ele
disse com voz dura – Dê uma boa olhada! É isso o que você fez? Será que a
palavra ‘dever’ justifica tudo isso? Hein?!
Ela deu as costas para a visão,
incapaz de continuar olhando, e baixou a cabeça. Sim, sabia que ele estava
certo. Mas...
_ Elly!
_ Mas... – ela voltou-se para ele,
de rosto baixo – isso é tudo o que restou!
_ Ainda está dizendo isso?
Uma explosão soou mais alta e Fei
ergueu a mão esquerda, enquanto ela fechou os olhos e esperou por um tapa...
que não veio.
Ela ergueu os olhos para encontrar
os dele segurando a mão esquerda e olhando para ela com pesar e tristeza. Elly
precisava, talvez, de um daqueles para recuperar a razão, mas não seria ele a
fazê-lo. Ele não. Nunca.
_ ... Isso simplesmente não é você
– ele meneou a cabeça, baixando a mão – Se você não quer isso, então não faça.
Você não devia ter que se forçar a isso só pra ter um lugar ao qual
pertencer...
Ela olhou para Fei um pouco
envergonhada e pesarosa, também, como se pedisse por uma resposta. Por fim,
ainda olhando em seus olhos, Fei disse:
_ Pelo quê eu estava te
enfrentando agora há pouco?... Você quer saber? Eu realmente não sei. Eu sei
que, antes, estava ajudando Bart e os outros. Mas eu ainda não sei o que
deveria fazer. Talvez eu só esteja procurando um lugar no qual me encaixar. Mas
acho que é melhor lutar do que não fazer nada. Se lutar ajuda você ou os seus
amigos, mesmo que seja um pouquinho, então vale a pena. Isso... Não é fazer
nada... É alguma coisa.
E passou por ela, e Elly
voltou-se.
_ Fei!
_ Eu já vou.
_ Não, não pode! – ela pareceu
aflita – Dominia não é como os outros soldados! Ela é uma elite dentro da elite
da Gebler! É uma dos Elementos, a guarda pessoal de Ramsus! Você não vai ter a
mínima chance!
_ Ainda assim – ele respondeu sem
se voltar – eu tenho que impedir isso.
_ Fei...
_ Citan e Hammer não têm nada a
ver com Kislev... mas estão tentando desesperadamente colocar os civis em
segurança. Até o Rico, que deve odiar essa cidade, ainda continua comigo. É por
isso que eu tenho que ir.
Não havia mais o que dizer. Sem
dizer nada ou se voltar, Fei entrou na cabine de Weltall, o Gear ficou de pé e
Elly o viu dobrar os joelhos, saltando e ganhando os céus para rumar na direção
da Hecht, enquanto Elly o acompanhava com os olhos.
_ Fei...
A Hecht sobrevoava o céu escuro de
Nortune, cada vez mais próxima do objetivo, quando Weltall finalmente pousou no
convés. Stier o esperava lá, e Rico não o poupou de uma bronca.
_ O que diabos estava fazendo,
Fei? Estava esperando que eu fizesse todo o trabalho sujo de me livrar destes
cretinos pra você, sozinho?
_ Desculpe por isso – e Weltall
pousou ao lado do Stier, já em guarda – Ah, mas vejo que você arrumou uma
namorada...
O leme da nave Hecht era protegido
por um semi-Gear, um tipo de Gear que era apenas um torso sobre o convés, e que
era pilotado por Dominia, dos Elementos. E Fei observou:
_ Se pudermos derrota-la, devemos
ser capazes de mudar o curso desta nave. Vamos!
_ Hmph – resmungou Dominia a bordo
do Hecht – Só mais um brigão não vai permitir a vocês derrubar a ‘Nave-Bomba
Hecht’!
_ Claro que não! – respondeu Fei –
Não vamos derrubar a nave; vamos derrubar você!
_ Hah, que insolência! Mas o que
se pode esperar vindo dos Cordeiros...!
Hecht acenou e Aerods semelhantes
aos que Elly usara contra Weltall em seu duelo surgiram, e Fei sinalizou para
Rico para que ele alterasse o curso da nave enquanto ele mantinha Dominia
ocupada.
Os primeiros Aerods dispararam
contra ele e o perderam, enquanto Stier simulou cair da nave durante a esquiva;
na verdade, ele estava se reposicionando para o nariz da nave, procurando uma
boa posição para alterar seu curso.
Mas Dominia não seria tão
facilmente distraída. Um movimento simples e a proa da Hecht abriu-se diante do
Stier, mobilizando um projétil enorme, um Super Aerod que surpreendeu o Campeão
o suficiente para disparar, cobrindo o Stier em cheio com seu feixe e
atirando-o sem cerimônia para baixo, e Fei ouviu o grito do amigo pelo
comunicador.
_ Rico?
_ Hah, está olhando para onde,
Cordeiro?
No breve instante em que Weltall
imobilizou-se sobre o convés, os Aerods convergiram contra ele por todas as
direções e o atingiram com o impacto de bombas, desequilibrando-o e fazendo com
que rolasse pelo convés afora. E Fei ainda lutava com os instrumentos para
colocar-se em posição novamente quando novos disparos vieram de todas as
direções, e o poder de disparo era muito maior do que o dos Aerods de Elly.
_ Era assim que pretendia me
‘derrubar’, seu tolo? Não vão conseguir alterar o curso da Hecht enquanto eu
estiver aqui. Não há nada que possam oferecer para se opor ao poder destes
Aerods!
_ Você fala demais.
Os dois combatentes se
surpreenderam ao ouvir a voz de Rico em seus comunicadores. Stier surgiu da
proa de repente e caiu sobre os ombros do semi-Gear, montando como se o outro
fosse um cavalo, para então aplicar seu ‘Grande Impacto’ sobre a cabeça do Gear
de Dominia e dizer:
_ Fei! Levante já daí e acerte a
base do Gear dela! Duvido que essa garota possa dar qualquer comando aos Aerods
se não estiver conectada ao casco!
_ Desgraçado, me solte!
Mesmo sem os Aerods, Dominia tinha
um par de braços e sabia como usa-los, golpeando para trás enquanto se torcia
para os lados para se livrar do Gear verde. Rico era Campeão dos Lutadores de
Kislev e sabia se proteger, mas o Gear Hecht, de Solaris, tinha força
suficiente para rivalizar com o Stier, apesar de parecer mais frágil. Abrindo
fogo com as metralhadoras em seus ombros para cegar Dominia e ganhar tempo, ele
berrou:
_ Feei! Não temos a noite inteira!
Levante-se!
Ergueu o punho esquerdo do Stier
então, e a broca começou a girar. Ele a cravou na base da Hecht tentando
separar a ligação do semi-Gear com a nave, enquanto Dominia se agitava.
_ Maldição... Aerods!
Outra vez os drones ergueram-se ao
comando dela, atingindo Stier por todos os lados enquanto ele prosseguia
demolindo com a mão esquerda e firmando-se como podia com o braço direito
passado ao redor do pescoço da Hecht.
E Weltall pôs-se de pé, tomando
velocidade com seus Turbos para vencer o deslocamento da nave e então subindo,
aproveitando que Dominia estava ocupada demais com Rico para usar seu golpe
mais poderoso e atingir a conexão do semi-Gear com a nave.
_ Rico, salte daí! Hazan!
Stier desceu dos ombros da Hecht e
caiu próximo a onde Weltall estiver, enquanto a seqüência de chutes do Gear
negro o impulsionou para cima e avariou ainda mais a conexão do semi-Gear com a
nave. Dominia sentiu seus comandos falharem e os Aerods subitamente vacilarem
no ar, mas continuava ligada ao casco. E Rico resmungou:
_ Se quiser um trabalho bem feito,
faça você mesmo!
Stier acionou seus Turbos e
deslizou pelo convés em alta velocidade, lançando seu corpo maciço contra o
tronco do semi-Gear, arrancando-o de seu apoio e derrubando-o por fim, enquanto
Dominia gritava:
_ Eeeaaaahh! Como...? Guh... Seus...
Lembrem-se disso, um dia... eu darei a vocês o troco por isso... eu prometo!!
Mas já não havia o que ela pudesse
fazer contra eles, incapaz de prosseguir na luta. A nave bomba agora estava sem
comando efetivo, e eles poderiam mudar seu curso. Curioso, Fei indagou:
_ Rico, você está bem? O disparo
daquele ‘Super Aerod’...
_ Stier é isolado contra disparos
de energia por camadas e mais camadas de material especial – Rico tinha um tom
de voz de engenheiro orgulhoso – É verdade que foi um tranco, mas iam precisar
de mais energia que aquela pra arranhar a pintura do meu Gear. Só serviu pra me
derrubar fora da nave, e pra abrir a guarda da magricela. Agora...
_ É, eu sei – Fei ficou apreensivo
– Não temos tempo a perder. Vamos nos apressar e mudar o curso dessa coisa!
Stier e Weltall tomaram posição no
nariz da nave Hecht, e seus jatos forçaram ao máximo enquanto os dois Gears
começaram a empurrar a nave bomba para outra direção, ambos tremendo muito
diante da força do empuxo e com seus pilotos forçando ao máximo suas
capacidades num esforço conjunto.
A Hecht estremecia como uma fera
furiosa, tentando manter seu rumo apesar da pressão poderosa. Seu curso mudava,
mas muito lentamente, e ela já estava em processo de descida.
Lá embaixo, Elhaym Van Houten
olhava para cima. Vira uma explosão no alto e sabia, mais do que por instinto,
que Fei havia vencido e que agora estava fazendo tudo o que podia para impedir
o bombardeiro de cumprir sua missão. Uma missão que ela deveria estar
protegendo. Era o seu dever.
“Dever...”
Ela olhou em volta. As chamas
iluminavam a noite no Bloco D de Nortune, e havia destruição por toda a volta.
Do ponto onde estava, ela viu uma criança desesperada chorando e sua mãe vir
correndo para busca-la, tentando ignorar os destroços das explosões que caíam
por toda a parte. E ela sentia um nó na garganta por pensar que era
parcialmente responsável por tudo aquilo. Ela também fizera aquilo.
“E ainda estou fazendo” – pensou
de repente, olhando para o alto – Tem uma coisa que eu posso fazer.”
Uma escotilha abriu-se
ruidosamente e um par de jatos se ativou, enquanto lá no alto, Fei trazia a
marca do esforço em seu rosto. Weltall estava à plena força, o que não era
pouco, e mesmo assim não conseguiam notar maior alteração no curso da nave, e
ele desabafou sua frustração.
_ Droga! É peso demais!
O nariz da Hecht vibrava e os
Gears vibravam muito mais com o esforço de deslocar tamanha massa. Subitamente,
um Gear branco e rosado subiu até eles e uniu-se a Stier e Weltall. Era um
modelo Vierge.
_ Elly?! – Fei admirou-se –
Você...
_ Segure! – ordenou Elly, seu Gear
agora unindo-se ao esforço dos outros dois – Podemos evitar um impacto direto
no reator com três Gears!
Fei concordou com um aceno, e os
três começaram a conduzir o bombardeiro. A Hecht começou a deslocar-se sem
perder a altitude, deslizando mais e mais para longe em meio à fumaça e aos
tremores. Em dado momento, Rico avisou:
_ OK, já o desviamos da usina de
força. Vamos sair do caminho! Fei!
_ Mas... – Fei vacilou, a cabine
ainda tremendo – agora, está indo direto pra o distrito residencial!
_ Ele está certo! – Elly confirmou
– Temos que faze-la cair em algum lugar onde não vá causar tanto dano.
_ Impossível! – mas Rico não
abandonou o esforço, incapaz de largar a nave enquanto os outros se esforçavam
– Não podemos mudar o curso mais do que já mudamos!
_ Não! – Fei retrucou, firme à
direita – Temos que agüentar o máximo que pudermos!
_ O que você é, surdo? – rugiu
Rico, mas continuou ajudando no esforço.
Os três Gears mantiveram-se
empurrando a nave bombardeira por tanto tempo quanto pudessem, enquanto os
pilotos lutavam em meio ao medo e ao desespero...
E Stier e Weltall pararam de
forçar de repente, os jatos apagando-se sem aviso. E Rico foi quem deu voz ao
que acontecera.
_ Hã? Estamos superaquecendo!
_ Droga, agora não! – praguejou
Fei.
_ Não há mais nada que possamos
fazer! – Rico olhou para o painel todo iluminado em vermelho pelos alarmes de
calor – Ficar aqui por mais tempo vai ser suicídio!
Fei sabia disso. Weltall e Stier
já tinham feito todo o possível até então e não poderiam continuar a forçar,
pouco importando o que seus pilotos quisessem. Já estavam em seu limite.
_ Mas...
_ É isso aí, estou saindo fora!
Vem!
E Stier moveu-se de repente para
direita, arrastando Weltall enquanto seus jatos de emergência os livravam do
empuxo da Hecht e os dois saíam da trajetória descendente da nave. E foi quando
notaram que eram apenas eles, e Fei chamou.
_ Elly!
Vierge continuava firme em sua
posição, empurrando como podia o peso colossal da nave de ataque, e Fei
procurou chamar Elly à razão.
_ Pare! O que está fazendo? Se
fizer isso...
_ Não se preocupe – a moça tentou tranquilizá-lo,
a cabine inteira sacudindo violentamente sem os outros dois Gears para ajudar
no seu esforço – Meu Gear é de Solaris. Ele ainda está... bem.
_ Elly, o que está fazendo? – Fei
estava em pânico – Se continuar aí você vai...!
_ Mas... o que mais podemos fazer?
– perguntou a moça, quase se desculpando – Pelo menos, isso deve reduzir o
dano... Desculpe. É... melhor do que não fazer nada.
Ela deu um sorriso tímido antes
que sua imagem desaparecesse do painel de Fei, a turbulência da Hecht piorando
e interferindo na transmissão, deixando o rapaz desesperado.
_ Ellllllllllly!!
Os tremores agora pareciam prestes
a desmontar totalmente o Gear, e Elly fechou seus olhos enquanto tentava manter
os controles firmes, murmurando.
_ Mais um pouco... Agüente só mais
um pouco, por favor!
Vierge agüentou tanto quanto
pôde... mas carregar o peso de uma nave da proporção da Hecht não era algo para
um Gear comum fazer. Mesmo que viesse de Solaris. E os jatos de Vierge também
se apagaram com o superaquecimento numa pane geral dos sistemas, mediante o
olhar alarmado de Elly para os seus sensores acesos.
_ I-isso... é...?
A pane tomou conta de tudo e
Vierge caiu simplesmente, arrastada pelo empuxo da Hecht e rodopiando no ar
para seguir rumo ao solo, mediante os olhares impotentes de Fei e Rico, agora
distantes demais para fazer qualquer coisa.
A Hecht continuava a se precipitar
das alturas. Vierge seguia para um pouso muito difícil, e dentro da área da
explosão da nave bombardeira. E uma luz cintilante surgiu em outro extremo do
céu noturno.
Não era uma estrela, pois estava
se deslocando muito velozmente pelos ares. Lá embaixo, enquanto as pessoas
corriam, Citan esforçava-se incansavelmente para tira-los das proximidades da
área provável de impacto quando Hammer chamou por ele, alarmado.
_ Doc! Citan, olha só aquilo!
E o catedrático ergueu seus olhos,
vendo uma forma metálica enorme dotada de asas riscando o céu sobre eles, veloz
demais para ser devidamente reconhecido.
A Hecht continuou sua trajetória
descendente, caindo sobre o solo sem apelo como um pássaro abatido. Por fim,
ela atingiu o chão com violência e um clarão iluminou a área de impacto,
enquanto a força da explosão irradiava-se para todos os lados.
Vierge estava caída a pouco menos
de duzentos metros da área do impacto, e a força destrutiva da explosão correu sobre
ela quando um Gear desconhecido a cobriu com suas asas de bronze, e o clarão os
cobriu.
Elly estava semiconsciente depois
de sua queda difícil. Os sistemas de Vierge tinham entrado em colapso na sua
maioria depois que o Gear fora arrastado pelo vácuo do deslocamento da Hecht e
dos solavancos da descida, mas não seria nada que os sistemas de auto-reparo
não pudessem consertar; ela própria não sairia daquela experiência com mais do
que alguns arranhões e contusões.
“Mas como...? A explosão...”
Por algum capricho da queda, seus
monitores ainda funcionavam, ou ela estava imaginando? Podia ver claramente...
“Estou... viva...?”
Havia uma figura enorme do lado de
fora, de braços cruzados e com asas de metal, parecendo sobressair-se num
cenário de fumaça e devastação atrás de si. Mais tarde ela saberia que seu
esforço não fora em vão, e que a Hecht não pudera causar a purga que Solaris
ordenara. Por ora, ela queria apenas saber:
“Quem... é você? Por que... eu...?”
O vulto afastou-se um pouco então,
parecendo hesitar em desviar seus olhos dela.
“Espere...”
“... Elly, Elly...”
E ganhou altura sem mover suas
asas, voltou-se e desapareceu no céu escuro e na fumaça.
“Quem...?”
Havia um som de estática, como se
os comunicadores ainda não estivessem funcionando, mas ela conseguiu ouvir
novamente.
_ ... Elly!
“Você... é...”
Ela tornou a ver o par de olhos
luminosos e, por um nítido instante, teve certeza de que o Gear desconhecido
estava ainda diante dela. Então, em meio à estática e às imagens desfocadas de
suas telas, ela reconheceu o Gear negro.
“Fei?”
Weltall estava de pé, mantendo
Vierge nos braços, e então Elly teve certeza de que estava mesmo viva. Por mais
improvável que fosse ou parecesse, ela sobrevivera à queda e à explosão da
Hecht.
_ Fei...?
_ ... Idiota... – ela ouviu o
outro dizer, sem poder ver a imagem dele no comunicador – Que estupidez...
_ Você está... chorando? – ela
perguntou, ainda não totalmente consciente – Desculpe...
_ Tá tudo bem... – a voz dele
agora vinha com alívio, e quase parecia estar sorrindo.
_
P-pode... me perdoar?
Silêncio por um curto instante, e
a voz cheia de alívio dele tornou a se mostrar.
_ ... Não é culpa sua, Elly. Não é
culpa sua...
_ Fei...
Weltall voltou-se. À volta, por
toda a parte, fumaça e escombros tomavam o cenário. Poderia ter sido muito
melhor. Mas também poderia ter sido ainda pior.
_ Elly, vamos embora.
Elhaym sentiu que era levada pelos
ares, ouviu o som dos jatos de Weltall e suspirou profundamente. Ao menos por
ora, o perigo havia passado. Claro, ela interferira com a missão e não poderia
voltar a Solaris... mas não estava mais preocupada com isso. De fato, estava
sentindo-se bem consigo mesma como já não acontecia havia um bom tempo. Mas
ainda estava com uma dúvida em sua mente, lembrando do Gear diferente que vira
antes. Parecia-se com Weltall, mas não podia ser. E, por alguma razão,
passava-lhe uma forte impressão de familiaridade.
“’Aquela pessoa’... Onde...?”
I PAINT YOUR NAME IN A SOUND
Nenhum comentário:
Postar um comentário