domingo, novembro 9

Capítulo Sete!!

Domingo, de noite! E pra quem acompanha, é hora de mais um pedaço de capítulo de Xenogears! A quem ainda tem seu Play Um (conhecido pelos guris como PSONE), ou quem joga em emuladores do Play Um, se não jogou ainda, devia. A quem não tem acesso, só o que eu posso oferecer é a minha tradução e versão. Não é nem de longe igual a jogar, mas é o melhor que dá pra fazer.

Lembrando, os personagens não são meus, e tanto quanto possível, só o que eu fiz foi traduzir. Recapitulando pra quem chegou agora, me dei o direito de repostar depois que a página do CAI desapareceu. Divirtam-se, enquanto Fei se reencontra com seu amigo Citan, e todo mundo se reúne no esconderijo de Bart.

Capítulo 7: O Covil do Pirata


            Eles não tardaram a encontrar a enorme nave que Fei reconheceu como o cruzador de areia que atacara o transporte onde estivera. Seguindo Bart, Fei conduziu Weltall para o hangar de Gears e desembarcou, onde o Dr. Citan o esperava.
            _ Fei! Eu estava preocupado com você!
            _ Doc.
            A saudação de Fei foi sem energia, e o que incomodava Citan era que isso estava ficando muito freqüente. Por trás deles veio um senhor de cabelos grisalhos e de modos elegantes, como um mordomo, que também o saudou.
            _ Bem vindo ao cruzador de areia ‘Yggdrasil’. Nós nos desculpamos pelo incidente anterior.
            Bart veio logo em seguida, com o andar confiante que tinha por estar de volta à sua nave e à sua tripulação. O mordomo, Maison, fez as honras.
            _ Eu tenho certeza de que todos já devem ter se apresentado adequadamente, mas permita-me apresentar o líder dos piratas da areia, Mestre Bartholomew. Aliás – e voltou-se para Bart com a autoridade de um tutor – posso perguntar, jovem mestre, se já se desculpou com Mestre Fei?
            _ O quê? Hããã... É... Eu disse a ele que “eu estava errado” – e voltou-se para Fei pedindo ajuda – Certo?
            Fei continuava cabisbaixo pelos últimos acontecimentos ou teria achado aquilo engraçado. Bart parecia um garoto teimoso tentando evitar a bronca dos pais ou professores. Meio sem jeito, Fei fez um gesto de mais ou menos e o homem de tapa olho e cabelos brancos adiantou-se dizendo:
            _ Apenas dizer a alguém que você ‘estava errado’ depois do evento não vai resolver nada, jovem mestre – e voltando-se de forma cortês para Fei – Sinto muito não ter me apresentado antes. Meu nome é Sigurd. Sou o Primeiro Imediato deste cruzador da areia.
             _ Bem então – disse Maison, inclinando a cabeça – por favor, me avisem de precisarem de algo.
            Emburrado por ter levado uma bronca diante de estranhos, Bart finalmente perdeu as estribeiras e berrou:
            _ Tá, essa é a situação... Então, vê se me desculpa, tá bom?!
            _ Jovem mestre! – retrucou Sigurd, puxando Bart pela orelha – Já chega de diabruras!
            _ Ai! Ai! Ai! Não puxa a minha orelha!
            E Sigurd e Maison levaram Bart como se fosse criança, pelas orelhas. Não havia como não rir daquilo, embora Fei continuasse aborrecido mesmo assim, ou pensaria consigo mesmo que Sigurd parecia-se com um irmão mais velho repreendendo o menor. De fato, isso não iria apenas da atitude: apesar da cor diferente, os cabelos de Sigurd e os de Bart eram de tipo parecido, ambos tinham olhos azuis e o mesmo porte físico, além de ambos usarem tapa olhos. Disfarçando o riso, Citan disse:
            _ Vamos esperar em nossa cabine até chegarmos...
            Fei concordou em silêncio, meramente fazendo um sinal com a cabeça, o que também chamou a atenção do doutor.
            _ O que há de errado? Você parece deprimido.
            _ Não... – e voltou-se para Weltall, parado atrás de si – Bem...
            _ Aconteceu alguma coisa?
            _ Não... Nada.
            Citan podia ver que havia algo de errado, mas não teria como obrigar Fei a falar se não quisesse. Ambos subiram em silêncio até os alojamentos enquanto Weltall e Brigandier recebiam tratamento e melhorias na impressionante Yggdrasil. Citan mencionou algo sobre o acidente em que tanto Bart quanto Sigurd haviam perdido um de seus olhos: numa certa pane nos motores do cruzador de areia, Bart saltou à frente para fazer os reparos e Sigurd foi atrás dele. Houve uma explosão e os dois saíram feridos. Pelo que Citan dizia e pelos comentários que podia ouvir paralelamente dos próprios piratas, Bart costumava assumir a responsabilidade por tudo o que acontecia, ficando às vezes com um fardo pesado demais para si só. Por isso mesmo, todos os piratas admiravam muito o seu ‘jovem mestre’, embora também fossem unânimes em confirmar que ele por vezes era impulsivo e descuidado demais. Como Citan estava curioso quanto à cabine de comando, Fei e ele foram até lá onde Sigurd estava conduzindo o cruzador de areia até o esconderijo dos piratas em meio ao deserto para reabastecimento.
            A Yggdrasil viajou depressa e, mesmo assim, levou cerca de duas horas até chegar a um túnel em meio ao deserto, oculto por uma cordilheira a oeste do grande deserto. Lá, um porto especial oculto recebeu o cruzador de areia, onde soldados e pessoas com jeito de mecânicos os aguardavam. E também crianças. Citan ficou estupefato com a grandiosidade do lugar, olhando em volta sem conter a admiração enquanto as crianças saudavam Bart e davam-lhe abraços quando o líder dos piratas veio ao convés. Em meio à saudação, uma garotinha perguntou o que ele trouxera. Ainda agachado em meio a eles, Bart respondeu:
            _ Bem... Eu encontrei um novo modelo de Gear e duas pessoas que nós salvamos.
            _ Só isso?
            _ Que chato!
            _ Eu achei que vocês iam dizer isso. Então, que tal isso?
            E tirou do bolso um tipo de rocha amarelada, dando-a ao menino à sua frente.
            _ Isso é um pedaço de âmbar que encontrei numa caverna de estalactites no deserto. É muito raro encontrar um em tão bom estado, ainda mais com um inseto conservado dentro.
            _ Uau! Obrigado Bart! Demais! Agora temos um âmbar!
            _ O que é isso? – perguntou o menor deles.
            _ Vamos lá! Vamos mostrar pra todo mundo!
            As crianças saíram correndo e Citan notou, com satisfação, que o fato de viverem num esconderijo no deserto não parecia incomodá-las em nada. Voltando-se para os convidados, Bart disse:
            _ Bem então... Vou dar uns ajustes no meu Gear. Por que não tomam um pouco de chá com o Velho Maison? Vejo vocês depois.
            E voltou para a Yggdrasil enquanto o mordomo fazia uma mesura e pedia:
            _ Por favor, me acompanhem.
            Fei e Citan seguiram Maison pelos túneis e elevadores do esconderijo de Bart até a seção residencial. Uma vez lá, Maison os conduziu até o salão de jantar e pediu desculpas pela má aparência dela, embora Citan achasse que tudo era muito sofisticado e elegante para um esconderijo rudimentar. Ele e Fei sentaram-se e o mordomo aproveitou para servi-los.
            _ Talvez vocês queiram um pouco do meu famoso chá? Mestre Fei? Bom Doutor?
            E encheu as xícaras de Fei e Citan, que apreciou a bebida. E Maison também parecia satisfeito.
            _ Jovens visitantes são obviamente raros. O jovem mestre deve estar muito feliz. Se a situação fosse normal, não estaríamos vivendo no deserto, mas sim no palácio real...
            _ Palácio real...? – perguntou Citan, interrompendo o chá – Você quer dizer que o jovem está ligado à antiga Dinastia Fatima?
            _ Perdão?
            Maison de repente ficou atrapalhado, como alguém que percebesse tardiamente ter falado demais e tentou corrigir seu engano.
            _ N-não... Eu sou apenas um velho tolo senil que fala demais... Não dê atenção ao que eu disse... ha ha ha...
            _ Mas... – Citan tornou a beber do seu chá, parecendo não ter notado a confusão do velho mordomo – aquele rapaz de um olho só tem um certo porte de nobreza.
            A isca deu certo; Maison imediatamente se voltou e cumprimentou o doutor com um olhar admirado.
            _ Oh, oh, oh! Muito bem dito, senhor! Terrivelmente perspicaz de sua parte perceber isso! Se eu puder... – e sua voz pareceu grave, incerta, mas disposta a contar a respeito – eu gostaria de contar-lhes. O jovem cavalheiro é o último remanescente esquecido da um dia orgulhosa Dinastia Fatima... Isso é, antes que ela fosse destruída pelos servos de Shakhan – e voltou-se para Citan com um ar grave ao dizer o nome – Príncipe Bartholomew Fatima.
            _ Bartholomew? – perguntou Citan, intrigado – O sucessor de Edbart IV... Mas eu estou certo de que foi anunciado que Bartholomew faleceu devido a uma doença, doze anos atrás...
            _ Oficialmente sim – respondeu Maison – No entanto, na realidade, nós resgatamos o jovem príncipe das mãos malignas de Shakhan.
            _ Então, por que o príncipe, o herdeiro de direito, recorre à pirataria...?
            Maison pareceu vacilar, como se também não apreciasse a necessidade daqueles meios e afastou-se um pouco antes de prosseguir:
            _ Desde que viemos para cá, só tivemos um desejo... Que o jovem mestre crescesse para ser um grande homem.
            _ Não para... Reclamar o trono?
            _ Isto está correto. Naturalmente, dizer que não temos absolutamente nenhum desejo de restaurar seu governo seria uma mentira. Também temos planos para isso.
            _ E parte destes planos incluiria a pirataria...?
            _ Bem, sim... – Maison novamente parecia sem jeito – mas há uma razão para isso...
            “Tanto Aveh quanto Kislev – explicou o mordomo – são devotados à escavação das ruínas. A força de cada país está crescendo diariamente. Mesmo que conseguíssemos a ajuda de todos os nossos camaradas para iniciar uma revolução, a força combinada de todos nós ainda não seria suficiente. Nós certamente seríamos suprimidos pelos guardas de Shakhan sem perda de tempo.”
            “Nós precisávamos de poder. Tentamos escavar as ruínas usando a Yggdrasil, mas não funcionou tão bem quanto esperávamos.”
            “Escavar requer tremendas quantias de tempo, esforço e capital. O melhor que podemos fazer com nosso cruzador de areia é descobrir pequenos itens na areia.”
            _ E a pirataria...
            _ Pouco importando quem consiga a tecnologia das ruínas, uma coisa é certa: tanto Kislev quanto Aveh simplesmente usarão este poder para oprimir um ao outro. Eu concordo com a idéia do jovem mestre de criar um novo poder para equilibrar um pouco as coisas.
            _ Entendo... – disse Citan, pensativo – É muito mais eficiente saquear nas sombras do que escavar a tecnologia sozinho.
            _Naturalmente, a pilhagem é um ato imperdoável – retorquiu Maison – No entanto, para Aveh... Para Ignas, continuar como está... – Ele voltou-se para Citan então, parecendo um tanto triste e aborrecido – Eu peço desculpas se isso parece um tanto cheio de direitos demais.
            _ É algo sobre o que forasteiros como nós não podem comentar – respondeu Citan, bebendo seu chá – Pelo que me contou, eu sinto que o resultado do que estão fazendo será bom. Ver suas crianças aqui me diz isso.
            _ Fico muito aliviado com suas palavras – Maison realmente parecia ter tirado um peso da consciência. Ofereceu outra xícara de chá, que Citan aceitou prontamente, e depois do primeiro gole o doutor perguntou:
            _ Você mencionou que tinham planos. Por que não os colocam em ação?
            _ Com a Senhorita Margie aprisionada – respondeu o mordomo, voltando a parecer preocupado – não ousamos fazer coisa alguma.
            _ Por acaso ela não seria a Madre...?
            _ Você está muito bem informado, meu caro doutor. – concordou Maison com um sorriso – Ela é a Grande Madre Marguerite de Nisan... E a prima do jovem mestre, também.
            _ Por que Shakhan a manteria cativa?
            Maison voltou seu rosto novamente antes de responder:
            _ Pelo ‘Jasper de Fatima’!
            _ O Jasper de Fatima que, dizem, mostra onde está o grande tesouro?
             _ Meu Deus, bom doutor! – o assombro de Maison não parava de aumentar – Você sabe realmente um bocado! Eu estou muito impressionado.
            Ele então pegou o bule para servir mais chá a Fei e então percebeu que a xícara do rapaz permanecia intacta.
            _ Não gosta do meu chá, Mestre Fei?
            _ Não... – respondeu Fei, parecendo distante – Eu só não estou com sede agora.
            Citan percebeu que isso ainda era efeito de algo que acontecera com Fei antes de chegar ao cruzador de areia, e Maison continuou:
            _ Bem, não temos qualquer idéia do que na verdade é o grande tesouro... Mas diz-se que seria forte o suficiente para salvar nosso reino se ele estiver em qualquer dificuldade!
            _ E Marguerite tem o Jasper que diz a localização?
            _ Apenas metade dele, para ser preciso. O jovem mestre e a Senhorita Marguerite, cada um tem uma metade. Apenas com a combinação das duas metades alguém poderia saber onde está o tesouro.
            _ O quê, exatamente, é o Jasper de Fatima? Quando diz ‘a metade do Jasper’, eu imagino algum tipo de pingente...
            _ Apenas os herdeiros de Aveh e Nisan sabem o que realmente ele parece.
            _ Entendo. Então é por isso que eles a têm trancada – e pareceu meditar consigo mesmo – O meu palpite é que, uma vez que eles descubram, as chances dela de viver são...
            Só então Citan percebeu que Maison ficara perturbado e se afastara novamente, desviando seu rosto, e ficou sem jeito.
            _ Ah, eu peço desculpas. Eu simplesmente, quero dizer... Eu apenas estava supondo na pior hipótese. Então, por favor, não considere isso...
            _ Não – respondeu Maison de cabeça baixa – é um cenário terrivelmente realista.
            Citan ficou em silêncio, sem saber bem o que dizer para dispersar a má impressão. Por fim, pigarreando, ele perguntou:
            _ Aham... O que, exatamente, você quer dizer com grande tesouro...?
            _ Bem – começou Maison – eu não tenho a menor...
            _ O Gear...! – gritou uma voz por trás deles – Ele quis dizer o Gear! Tem que ser!
            Bart acabara de entrar no refeitório e veio até eles, enquanto Maison pareceu embaraçado por estar falando de algo tão delicado com pessoas que haviam acabado de conhecer.
            _ Jovem mestre... Os Gears estão bem?
            _ É... Mesmo sendo selados, a areia se mete nas juntas. É um pé no saco consertar, então eu tô deixando a tripulação tomar conta agora. Que seja, o meu trabalho é só pilotar, mesmo... Além disso, eu sou ruim com máquinas, então só ficaria no caminho.
            _ Jovem mestre...
            Maison serviu uma xícara de chá a Bart, que bebeu profundamente o primeiro gole e então perguntou;
            _ Que seja... Do quê estávamos falando?
            _ Que o grande tesouro poderia ser um... Gear? – perguntou Citan.
            _ Ah, é. Sabe tem algo assim descrito em um dos pergaminhos antigos de Aveh.
            _ Pergaminhos?
            Bart pareceu refletir um pouco e terminou seu chá, deixando a xícara e dizendo;
            _ Bem, se está interessado, então vamos à sala de planejamento. Vou mostrar o que eu quis dizer... já que vocês são meus convidados especiais.
            _ Isso parece interessante – concordou Citan com um sorriso. Sempre apreciava uma possibilidade de aprender mais. Ele e Fei seguiram Bart até uma sala próxima, onde terminais de computador e pessoas estavam próximos a uma grande tela instalada no piso. Citan ficou maravilhado com a visão de tal tecnologia.
            _ Este lugar é incrível! Provavelmente, não se tem equipamento como este nem mesmo na capital!
            _ He, he, he. Surpreso? – Bart parecia satisfeito, como um garoto que mostra a alguém o seu melhor brinquedo – Toda essa tecnologia é graças ao Sig.
            Os três desceram até o piso onde estava a tela e cada um tomou uma posição ao lado dela, enquanto Bart deu a bronca:
            _ Ei, Fei! Não fique em cima da tela! Não vamos ver nada assim!
            Fei afastou-se sem responder e Bart gritou para os operadores:
_ Tá certo, homens! Mostrem o meu arquivo especial na tela principal.
            Um projetor baixou e a tela sob eles ficou iluminada com uma imagem antiga curiosa, onde vultos humanos de pequena estatura aguardavam enquanto um deles parecia tocar a mão de um vulto gigante humanóide. Não se parecia com nada que Citan pudesse reconhecer.
            _ O que é isso?
            _ Um pergaminho de figuras, com cerca de 500 anos de idade – respondeu Bart, indicando a figura que tocava a mão do gigante. Era pequena e vermelha, em comparação aos vultos azuis atrás de si – Este é o Rei Fatima I... “corpo vestido em chamas fazendo um pacto de sangue com gigantes.” Dizem que ele usou a força dos gigantes para fundar Aveh.
            _ É fantástico que um pergaminho tão antigo exista – comentou Citan, ainda maravilhado – e em tão bom estado, também! Eu pensei que o ‘Ethos’ controlasse todas as coisas como esta...
            _ Normalmente, sim – concordou Bart – Mas esse era um dos objetos favoritos do meu pai. A próxima, gente!
            Os operadores trocaram a imagem e o que aparecia agora era um vulto vermelho gigante sentado num trono e envolto numa forma ovalada, com vários vultos menores e o vulto vermelho do rei diante de si. Bart explicou o pergaminho:
            _ Depois de fundar o país, Fatima forçou os gigantes a dormir, para proteger o povo de seu reino se fosse necessário no futuro. Mas nós não sabemos onde eles estão escondidos. Em outro registro, um dos gigantes é chamado de “O Grande Tesouro de Fatima”.
            _ E quanto ao Jasper?
            _ Ei... – Bart pareceu desconfiado – Com certeza você sabe um bocado. Talvez seja um dos espiões de Shakhan?
            _ É claro que não – respondeu Citan apressadamente – É apenas um interesse intelectual...
            _ Eu só estava brincando – interrompeu Bart com um sorriso – Parece que o Jasper é a chave para achar nosso tesouro.
            _ Uma chave... Seria isso o que Shakhan está procurando?
            _ Não só ele – e Bart fechou o rosto, preocupado – A Gebler também está procurando por ela.
            _ Mesmo? Então, devemos resgatar Marguerite o mais depressa possível.
            _ E vai dizer pra mim?
            Bart pareceu estranhamente sério então, andando sobre a tela e ficando de costas para eles antes de dizer:
            _ Já que salvamos vocês... Eu estava pensando se poderia, em troca, pedir um favor.
            _ Seria... para que nós o ajudemos a salva-la...?
            _ Rapaz brilhante! – Bart se voltou sorrindo, mas era um sorriso de alívio – É exatamente isso! Pelo que ouvi do Sigurd... Parece que tanto Aveh quanto Kislev estão atrás de vocês. Então, nós podemos ajudar vocês e vocês podem nos ajudar. Que tal? Não é pedir demais.
            _ Bem, se isso paga pelo meu quarto e minha hospedagem – respondeu Citan, rindo um pouco – eu vou ajudar de qualquer forma que puder. O que acha, Fei? Você não diz nada já faz algum tempo...
            _ É – Bart parecia animado – Você foi demais naquela caverna de estalactites. Só a sua força é maior do que a de dez ou vinte guardas de Shakhan!
            Fei deu as costas a eles, sem responder a princípio, e Bart insistiu, mais calmo:
_ Eu gostaria muito de ter a sua força do meu lado!
            _ Por que todo mundo quer me fazer lutar?
            A resposta brusca não foi o que ninguém estava esperando e Bart foi o mais surpreso:
            _ Hã...? O que é que há com você, tão de repente?
            _ Fei...?
            Fei subiu até a porta e então voltou-se, ainda parecendo perturbado.
            _ Eu simplesmente não tenho a menor vontade! “Gostaria de ter a minha força”? Eu não tenho nenhuma! O que é que há com você, Doc, com todo mundo... Estão me pondo na parede. E tem aquele Gear... Grahf e meu pai... Não tenho tempo de ajudar você com os seus problemas quando já tenho o suficiente dos meus!!
            E saiu sem olhar para trás, deixando Bart, Citan e os operadores sem entender coisa alguma.
            _ O que é que há com ele? – perguntou Bart a Citan – Ele é sempre assim, de pavio curto?
            _ Não, não é isso... Eu sinto muito. As coisas têm acontecido tão depressa que ele não teve tempo de lidar com tudo ainda. Tente entender.

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