Lembrando, os personagens não são meus, e tanto quanto possível, só o que eu fiz foi traduzir. Recapitulando pra quem chegou agora, me dei o direito de repostar depois que a página do CAI desapareceu. Divirtam-se, enquanto Fei se reencontra com seu amigo Citan, e todo mundo se reúne no esconderijo de Bart.
Capítulo 7: O Covil do Pirata
Eles não
tardaram a encontrar a enorme nave que Fei reconheceu como o cruzador de areia
que atacara o transporte onde estivera. Seguindo Bart, Fei conduziu Weltall
para o hangar de Gears e desembarcou, onde o Dr. Citan o esperava.
_ Fei! Eu
estava preocupado com você!
_ Doc.
A saudação
de Fei foi sem energia, e o que incomodava Citan era que isso estava ficando
muito freqüente. Por trás deles veio um senhor de cabelos grisalhos e de modos
elegantes, como um mordomo, que também o saudou.
_ Bem vindo
ao cruzador de areia ‘Yggdrasil’. Nós nos desculpamos pelo incidente anterior.
Bart veio
logo em seguida, com o andar confiante que tinha por estar de volta à sua nave
e à sua tripulação. O mordomo, Maison, fez as honras.
_ Eu tenho
certeza de que todos já devem ter se apresentado adequadamente, mas permita-me
apresentar o líder dos piratas da areia, Mestre Bartholomew. Aliás – e
voltou-se para Bart com a autoridade de um tutor – posso perguntar, jovem
mestre, se já se desculpou com Mestre Fei?
_ O quê?
Hããã... É... Eu disse a ele que “eu estava errado” – e voltou-se para Fei
pedindo ajuda – Certo?
Fei
continuava cabisbaixo pelos últimos acontecimentos ou teria achado aquilo
engraçado. Bart parecia um garoto teimoso tentando evitar a bronca dos pais ou
professores. Meio sem jeito, Fei fez um gesto de mais ou menos e o homem de
tapa olho e cabelos brancos adiantou-se dizendo:
_ Apenas
dizer a alguém que você ‘estava errado’ depois do evento não vai resolver nada,
jovem mestre – e voltando-se de forma cortês para Fei – Sinto muito não ter me
apresentado antes. Meu nome é Sigurd. Sou o Primeiro Imediato deste cruzador da
areia.
_ Bem então – disse Maison, inclinando a
cabeça – por favor, me avisem de precisarem de algo.
Emburrado
por ter levado uma bronca diante de estranhos, Bart finalmente perdeu as
estribeiras e berrou:
_ Tá, essa
é a situação... Então, vê se me desculpa, tá bom?!
_ Jovem
mestre! – retrucou Sigurd, puxando Bart pela orelha – Já chega de diabruras!
_ Ai! Ai!
Ai! Não puxa a minha orelha!
E Sigurd e
Maison levaram Bart como se fosse criança, pelas orelhas. Não havia como não
rir daquilo, embora Fei continuasse aborrecido mesmo assim, ou pensaria consigo
mesmo que Sigurd parecia-se com um irmão mais velho repreendendo o menor. De
fato, isso não iria apenas da atitude: apesar da cor diferente, os cabelos de
Sigurd e os de Bart eram de tipo parecido, ambos tinham olhos azuis e o mesmo
porte físico, além de ambos usarem tapa olhos. Disfarçando o riso, Citan disse:
_ Vamos
esperar em nossa cabine até chegarmos...
Fei
concordou em silêncio, meramente fazendo um sinal com a cabeça, o que também
chamou a atenção do doutor.
_ O que há
de errado? Você parece deprimido.
_ Não... –
e voltou-se para Weltall, parado atrás de si – Bem...
_ Aconteceu
alguma coisa?
_ Não... Nada.
Citan podia
ver que havia algo de errado, mas não teria como obrigar Fei a falar se não
quisesse. Ambos subiram em silêncio até os alojamentos enquanto Weltall e
Brigandier recebiam tratamento e melhorias na impressionante Yggdrasil. Citan
mencionou algo sobre o acidente em que tanto Bart quanto Sigurd haviam perdido
um de seus olhos: numa certa pane nos motores do cruzador de areia, Bart saltou
à frente para fazer os reparos e Sigurd foi atrás dele. Houve uma explosão e os
dois saíram feridos. Pelo que Citan dizia e pelos comentários que podia ouvir
paralelamente dos próprios piratas, Bart costumava assumir a responsabilidade
por tudo o que acontecia, ficando às vezes com um fardo pesado demais para si
só. Por isso mesmo, todos os piratas admiravam muito o seu ‘jovem mestre’,
embora também fossem unânimes em confirmar que ele por vezes era impulsivo e
descuidado demais. Como Citan estava curioso quanto à cabine de comando, Fei e
ele foram até lá onde Sigurd estava conduzindo o cruzador de areia até o
esconderijo dos piratas em meio ao deserto para reabastecimento.
A Yggdrasil
viajou depressa e, mesmo assim, levou cerca de duas horas até chegar a um túnel
em meio ao deserto, oculto por uma cordilheira a oeste do grande deserto. Lá,
um porto especial oculto recebeu o cruzador de areia, onde soldados e pessoas
com jeito de mecânicos os aguardavam. E também crianças. Citan ficou estupefato
com a grandiosidade do lugar, olhando em volta sem conter a admiração enquanto
as crianças saudavam Bart e davam-lhe abraços quando o líder dos piratas veio
ao convés. Em meio à saudação, uma garotinha perguntou o que ele trouxera.
Ainda agachado em meio a eles, Bart respondeu:
_ Bem... Eu
encontrei um novo modelo de Gear e duas pessoas que nós salvamos.
_ Só isso?
_ Que
chato!
_ Eu achei
que vocês iam dizer isso. Então, que tal isso?
E tirou do
bolso um tipo de rocha amarelada, dando-a ao menino à sua frente.
_ Isso é um
pedaço de âmbar que encontrei numa caverna de estalactites no deserto. É muito
raro encontrar um em tão bom estado, ainda mais com um inseto conservado
dentro.
_ Uau!
Obrigado Bart! Demais! Agora temos um âmbar!
_ O que é
isso? – perguntou o menor deles.
_ Vamos lá!
Vamos mostrar pra todo mundo!
As crianças
saíram correndo e Citan notou, com satisfação, que o fato de viverem num
esconderijo no deserto não parecia incomodá-las em nada. Voltando-se para os
convidados, Bart disse:
_ Bem
então... Vou dar uns ajustes no meu Gear. Por que não tomam um pouco de chá com
o Velho Maison? Vejo vocês depois.
E voltou
para a Yggdrasil enquanto o mordomo fazia uma mesura e pedia:
_ Por
favor, me acompanhem.
Fei e Citan
seguiram Maison pelos túneis e elevadores do esconderijo de Bart até a seção
residencial. Uma vez lá, Maison os conduziu até o salão de jantar e pediu
desculpas pela má aparência dela, embora Citan achasse que tudo era muito
sofisticado e elegante para um esconderijo rudimentar. Ele e Fei sentaram-se e
o mordomo aproveitou para servi-los.
_ Talvez
vocês queiram um pouco do meu famoso chá? Mestre Fei? Bom Doutor?
E encheu as
xícaras de Fei e Citan, que apreciou a bebida. E Maison também parecia
satisfeito.
_ Jovens
visitantes são obviamente raros. O jovem mestre deve estar muito feliz. Se a
situação fosse normal, não estaríamos vivendo no deserto, mas sim no palácio
real...
_ Palácio
real...? – perguntou Citan, interrompendo o chá – Você quer dizer que o jovem
está ligado à antiga Dinastia Fatima?
_ Perdão?
Maison de
repente ficou atrapalhado, como alguém que percebesse tardiamente ter falado
demais e tentou corrigir seu engano.
_ N-não...
Eu sou apenas um velho tolo senil que fala demais... Não dê atenção ao que eu
disse... ha ha ha...
_ Mas... –
Citan tornou a beber do seu chá, parecendo não ter notado a confusão do velho
mordomo – aquele rapaz de um olho só tem um certo porte de nobreza.
A isca deu
certo; Maison imediatamente se voltou e cumprimentou o doutor com um olhar
admirado.
_ Oh, oh,
oh! Muito bem dito, senhor! Terrivelmente perspicaz de sua parte perceber isso!
Se eu puder... – e sua voz pareceu grave, incerta, mas disposta a contar a
respeito – eu gostaria de contar-lhes. O jovem cavalheiro é o último
remanescente esquecido da um dia orgulhosa Dinastia Fatima... Isso é, antes que
ela fosse destruída pelos servos de Shakhan – e voltou-se para Citan com um ar
grave ao dizer o nome – Príncipe Bartholomew Fatima.
_
Bartholomew? – perguntou Citan, intrigado – O sucessor de Edbart IV... Mas eu
estou certo de que foi anunciado que Bartholomew faleceu devido a uma doença, doze
anos atrás...
_
Oficialmente sim – respondeu Maison – No entanto, na realidade, nós resgatamos
o jovem príncipe das mãos malignas de Shakhan.
_ Então, por
que o príncipe, o herdeiro de direito, recorre à pirataria...?
Maison
pareceu vacilar, como se também não apreciasse a necessidade daqueles meios e
afastou-se um pouco antes de prosseguir:
_ Desde que
viemos para cá, só tivemos um desejo... Que o jovem mestre crescesse para ser
um grande homem.
_ Não para...
Reclamar o trono?
_ Isto está
correto. Naturalmente, dizer que não temos absolutamente nenhum desejo de
restaurar seu governo seria uma mentira. Também temos planos para isso.
_ E parte
destes planos incluiria a pirataria...?
_ Bem,
sim... – Maison novamente parecia sem jeito – mas há uma razão para isso...
“Tanto Aveh
quanto Kislev – explicou o mordomo – são devotados à escavação das ruínas. A
força de cada país está crescendo diariamente. Mesmo que conseguíssemos a ajuda
de todos os nossos camaradas para iniciar uma revolução, a força combinada de
todos nós ainda não seria suficiente. Nós certamente seríamos suprimidos pelos
guardas de Shakhan sem perda de tempo.”
“Nós
precisávamos de poder. Tentamos escavar as ruínas usando a Yggdrasil, mas não funcionou
tão bem quanto esperávamos.”
“Escavar
requer tremendas quantias de tempo, esforço e capital. O melhor que podemos
fazer com nosso cruzador de areia é descobrir pequenos itens na areia.”
_ E a
pirataria...
_ Pouco
importando quem consiga a tecnologia das ruínas, uma coisa é certa: tanto
Kislev quanto Aveh simplesmente usarão este poder para oprimir um ao outro. Eu
concordo com a idéia do jovem mestre de criar um novo poder para equilibrar um
pouco as coisas.
_
Entendo... – disse Citan, pensativo – É muito mais eficiente saquear nas
sombras do que escavar a tecnologia sozinho.
_Naturalmente,
a pilhagem é um ato imperdoável – retorquiu Maison – No entanto, para Aveh... Para
Ignas, continuar como está... – Ele voltou-se para Citan então, parecendo um
tanto triste e aborrecido – Eu peço desculpas se isso parece um tanto cheio de
direitos demais.
_ É algo
sobre o que forasteiros como nós não podem comentar – respondeu Citan, bebendo
seu chá – Pelo que me contou, eu sinto que o resultado do que estão fazendo
será bom. Ver suas crianças aqui me diz isso.
_ Fico muito
aliviado com suas palavras – Maison realmente parecia ter tirado um peso da
consciência. Ofereceu outra xícara de chá, que Citan aceitou prontamente, e
depois do primeiro gole o doutor perguntou:
_ Você mencionou
que tinham planos. Por que não os colocam em ação?
_ Com a
Senhorita Margie aprisionada – respondeu o mordomo, voltando a parecer
preocupado – não ousamos fazer coisa alguma.
_ Por acaso
ela não seria a Madre...?
_ Você está
muito bem informado, meu caro doutor. – concordou Maison com um sorriso – Ela é
a Grande Madre Marguerite de Nisan... E a prima do jovem mestre, também.
_ Por que
Shakhan a manteria cativa?
Maison
voltou seu rosto novamente antes de responder:
_ Pelo
‘Jasper de Fatima’!
_ O Jasper
de Fatima que, dizem, mostra onde está o grande tesouro?
_ Meu Deus, bom doutor! – o assombro de Maison
não parava de aumentar – Você sabe realmente um bocado! Eu estou muito
impressionado.
Ele então
pegou o bule para servir mais chá a Fei e então percebeu que a xícara do rapaz
permanecia intacta.
_ Não gosta
do meu chá, Mestre Fei?
_ Não... –
respondeu Fei, parecendo distante – Eu só não estou com sede agora.
Citan
percebeu que isso ainda era efeito de algo que acontecera com Fei antes de chegar
ao cruzador de areia, e Maison continuou:
_ Bem, não
temos qualquer idéia do que na verdade é o grande tesouro... Mas diz-se que
seria forte o suficiente para salvar nosso reino se ele estiver em qualquer
dificuldade!
_ E
Marguerite tem o Jasper que diz a localização?
_ Apenas
metade dele, para ser preciso. O jovem mestre e a Senhorita Marguerite, cada um
tem uma metade. Apenas com a combinação das duas metades alguém poderia saber
onde está o tesouro.
_ O quê,
exatamente, é o Jasper de Fatima? Quando diz ‘a metade do Jasper’, eu imagino
algum tipo de pingente...
_ Apenas os
herdeiros de Aveh e Nisan sabem o que realmente ele parece.
_ Entendo.
Então é por isso que eles a têm trancada – e pareceu meditar consigo mesmo – O
meu palpite é que, uma vez que eles descubram, as chances dela de viver são...
Só então
Citan percebeu que Maison ficara perturbado e se afastara novamente, desviando
seu rosto, e ficou sem jeito.
_ Ah, eu
peço desculpas. Eu simplesmente, quero dizer... Eu apenas estava supondo na
pior hipótese. Então, por favor, não considere isso...
_ Não –
respondeu Maison de cabeça baixa – é um cenário terrivelmente realista.
Citan ficou
em silêncio, sem saber bem o que dizer para dispersar a má impressão. Por fim,
pigarreando, ele perguntou:
_ Aham... O
que, exatamente, você quer dizer com grande tesouro...?
_ Bem –
começou Maison – eu não tenho a menor...
_ O
Gear...! – gritou uma voz por trás deles – Ele quis dizer o Gear! Tem que ser!
Bart
acabara de entrar no refeitório e veio até eles, enquanto Maison pareceu
embaraçado por estar falando de algo tão delicado com pessoas que haviam
acabado de conhecer.
_ Jovem
mestre... Os Gears estão bem?
_ É...
Mesmo sendo selados, a areia se mete nas juntas. É um pé no saco consertar,
então eu tô deixando a tripulação tomar conta agora. Que seja, o meu trabalho é
só pilotar, mesmo... Além disso, eu sou ruim com máquinas, então só ficaria no
caminho.
_ Jovem
mestre...
Maison
serviu uma xícara de chá a Bart, que bebeu profundamente o primeiro gole e
então perguntou;
_ Que
seja... Do quê estávamos falando?
_ Que o
grande tesouro poderia ser um... Gear? – perguntou Citan.
_ Ah, é.
Sabe tem algo assim descrito em um dos pergaminhos antigos de Aveh.
_
Pergaminhos?
Bart
pareceu refletir um pouco e terminou seu chá, deixando a xícara e dizendo;
_ Bem, se
está interessado, então vamos à sala de planejamento. Vou mostrar o que eu quis
dizer... já que vocês são meus convidados especiais.
_ Isso
parece interessante – concordou Citan com um sorriso. Sempre apreciava uma
possibilidade de aprender mais. Ele e Fei seguiram Bart até uma sala próxima,
onde terminais de computador e pessoas estavam próximos a uma grande tela
instalada no piso. Citan ficou maravilhado com a visão de tal tecnologia.
_ Este
lugar é incrível! Provavelmente, não se tem equipamento como este nem mesmo na
capital!
_ He, he,
he. Surpreso? – Bart parecia satisfeito, como um garoto que mostra a alguém o
seu melhor brinquedo – Toda essa tecnologia é graças ao Sig.
Os três
desceram até o piso onde estava a tela e cada um tomou uma posição ao lado
dela, enquanto Bart deu a bronca:
_ Ei, Fei!
Não fique em cima da tela! Não vamos ver nada assim!
Fei
afastou-se sem responder e Bart gritou para os operadores:
_ Tá certo, homens! Mostrem o meu
arquivo especial na tela principal.
Um projetor
baixou e a tela sob eles ficou iluminada com uma imagem antiga curiosa, onde
vultos humanos de pequena estatura aguardavam enquanto um deles parecia tocar a
mão de um vulto gigante humanóide. Não se parecia com nada que Citan pudesse
reconhecer.
_ O que é
isso?
_ Um
pergaminho de figuras, com cerca de 500 anos de idade – respondeu Bart,
indicando a figura que tocava a mão do gigante. Era pequena e vermelha, em
comparação aos vultos azuis atrás de si – Este é o Rei Fatima I... “corpo
vestido em chamas fazendo um pacto de sangue com gigantes.” Dizem que ele usou
a força dos gigantes para fundar Aveh.
_ É fantástico
que um pergaminho tão antigo exista – comentou Citan, ainda maravilhado – e em
tão bom estado, também! Eu pensei que o ‘Ethos’ controlasse todas as coisas
como esta...
_
Normalmente, sim – concordou Bart – Mas esse era um dos objetos favoritos do meu
pai. A próxima, gente!
Os
operadores trocaram a imagem e o que aparecia agora era um vulto vermelho
gigante sentado num trono e envolto numa forma ovalada, com vários vultos
menores e o vulto vermelho do rei diante de si. Bart explicou o pergaminho:
_ Depois de
fundar o país, Fatima forçou os gigantes a dormir, para proteger o povo de seu
reino se fosse necessário no futuro. Mas nós não sabemos onde eles estão
escondidos. Em outro registro, um dos gigantes é chamado de “O Grande Tesouro
de Fatima”.
_ E quanto
ao Jasper?
_ Ei... –
Bart pareceu desconfiado – Com certeza você sabe um bocado. Talvez seja um dos
espiões de Shakhan?
_ É claro
que não – respondeu Citan apressadamente – É apenas um interesse intelectual...
_ Eu só
estava brincando – interrompeu Bart com um sorriso – Parece que o Jasper é a
chave para achar nosso tesouro.
_ Uma
chave... Seria isso o que Shakhan está procurando?
_ Não só
ele – e Bart fechou o rosto, preocupado – A Gebler também está procurando por
ela.
_ Mesmo?
Então, devemos resgatar Marguerite o mais depressa possível.
_ E vai
dizer pra mim?
Bart
pareceu estranhamente sério então, andando sobre a tela e ficando de costas
para eles antes de dizer:
_ Já que
salvamos vocês... Eu estava pensando se poderia, em troca, pedir um favor.
_ Seria...
para que nós o ajudemos a salva-la...?
_ Rapaz
brilhante! – Bart se voltou sorrindo, mas era um sorriso de alívio – É
exatamente isso! Pelo que ouvi do Sigurd... Parece que tanto Aveh quanto Kislev
estão atrás de vocês. Então, nós podemos ajudar vocês e vocês podem nos ajudar.
Que tal? Não é pedir demais.
_ Bem, se
isso paga pelo meu quarto e minha hospedagem – respondeu Citan, rindo um pouco
– eu vou ajudar de qualquer forma que puder. O que acha, Fei? Você não diz nada
já faz algum tempo...
_ É – Bart
parecia animado – Você foi demais naquela caverna de estalactites. Só a sua
força é maior do que a de dez ou vinte guardas de Shakhan!
Fei deu as
costas a eles, sem responder a princípio, e Bart insistiu, mais calmo:
_ Eu gostaria muito de ter a sua
força do meu lado!
_ Por que
todo mundo quer me fazer lutar?
A resposta
brusca não foi o que ninguém estava esperando e Bart foi o mais surpreso:
_ Hã...? O
que é que há com você, tão de repente?
_ Fei...?
Fei subiu
até a porta e então voltou-se, ainda parecendo perturbado.
_ Eu
simplesmente não tenho a menor vontade! “Gostaria de ter a minha força”? Eu não
tenho nenhuma! O que é que há com você, Doc, com todo mundo... Estão me pondo
na parede. E tem aquele Gear... Grahf e meu pai... Não tenho tempo de ajudar
você com os seus problemas quando já tenho o suficiente dos meus!!
E saiu sem
olhar para trás, deixando Bart, Citan e os operadores sem entender coisa
alguma.
_ O que é
que há com ele? – perguntou Bart a Citan – Ele é sempre assim, de pavio curto?
_ Não, não
é isso... Eu sinto muito. As coisas têm acontecido tão depressa que ele não
teve tempo de lidar com tudo ainda. Tente entender.
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