quinta-feira, janeiro 22

O CADERNO

Olá de novo, seres do mundo! Saindo de algum ponto obscuro entre o ‘nada’ e o ‘alguma coisa’, saudações do Louco! ^^

Agradecendo antecipadamente ao Sr. Ignácio de Loyola Brandão pela excelente sugestão quando deu uma palestra aqui em Andrecity há algum tempo, numa iniciativa da Casa da Palavra, trago à pauta um dos itens que não deveriam faltar no arsenal de todo o escritor e pretenso escritor, principalmente aqueles que já toparam com a visita inesperada das melhores idéias, quando não há sequer papel higiênico no qual se escrever: O caderninho de notas.

Não, não aquele do episódio do Chapolin e os Aerolitos... embora a idéia seja essa, mesmo. Qualquer ser humano que se meteu a escrever já deparou com um fluxo contínuo de idéias, bem como um período enorme de seca. Sim, períodos que nos deixam sem idéia são terríveis, nos deixam tempos sem escrever e sem nos sentirmos bem... mas também, quando temos as idéias, por vezes elas jorram como torneiras escancaradas, sem registro que dê pra fechar e sem que tenhamos uma bacia onde colhê-las.

O caderninho é a solução, a bacia que faltava pra isso. Quando aquela idéia caprichosa, e que cai tão bem no seu novo projeto ou no que está trabalhando agora brotar do nada e começar a se despejar, anote! Escreva rápido, faça anotações curtas o suficiente pra não ficar de pé no meio da calçada, atrapalhando o trânsito, mas longas o suficiente pra que, quando se sentar diante do teclado ou da máquina de escrever (q eu ainda prefiro em muitos casos), vc lembre da essência do que queria escrever, que não tenha perdido nada de importante. Lembre, vc quer preservar a idéia e não dar vida a ela numa agenda de anotações. Nada contra elas, mas não há espaço e, se teve que recorrer a uma, é pq vc não está em casa, onde poderia dar forma à idéia num lugar mais apropriado.

Ah, e um conselho pra quem, como eu, prefere não dar vaza e arriscar a perder a boa idéia só por um detalhe idiota como estar numa condução. Vai a dica entre a letra tremida que nem vc vai entender mais tarde e a letra horrível, mas que vai ser a diferença entre perder a idéia ou levar pra casa: apóie bem a mão na caneta ou lápis, e escreva muito devagar. Deixe a escrita rápida de mão leve pra quando o ônibus ou trem parar, e se concentre no que tá fazendo; dá pra escrever bem e manter a idéia fresquinha se vc puser força na mão e ‘desenhar’ as letras, em vez de só riscá-las no papel.

E, claro, tente não perder o ponto ou parada onde vai descer. As boas idéias têm poderes incríveis nas mãos dos autores, mas uma das coisas que elas NÃO fazem (pelo menos, nunca fizeram pra mim) é carregar autores desligados pra onde eles queriam ir originalmente, a não ser nas próprias mentes deles ^^

E, mais uma, tente ter sempre um extra. Caderninhos podem durar anos, meses, semanas... depende do seu fluxo de idéias. Mas uma idéia muito boa pode acabar com um número imprevisível de folhas, e é uma experiência meio desagradável ficar sem papel antes de ficam sem a idéia; algo como mocinho de faroeste que vê a munição acabar, dá pra imaginar, eu acho.

No mais, acho que é só. Eu, tbm, criei o hábito de colocar data com dia, mês e ano nas idéias. É legal, saber quando aquela idéia específica chegou, e... ajuda a manter um controle sobre quando, exatamente, vc tava escrevendo isso ou aquilo. Ah, mas cuidado pra não perder os bloquinhos. Pra quem cria o hábito, pode ser tão frustrante quanto perder uma carteira cheia de dinheiro (eu queria muuuuuuuuuuuito encontrar aquele caderninho com a idéia do cara dos desejos... T_T’)

Forte amplexo do Louco, de volta à ação (enquanto as idéias e os caderninhos durarem)... e já que estamos num post novo, vejamos o que eu consigo agitar de música. Hm, acho que tive uma idéia...

TOQUINHO – O CADERNO

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco até o be-a-bá.
Em todos os desenhos coloridos vou estar:
A casa, a montanha, duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel.

Sou eu que vou ser seu colega,
Seus problemas ajudar a resolver.
Te acompanhar nas provas bimestrais, você vai ver.
Serei de você confidente fiel,
Se seu pranto molhar meu papel.

Sou eu que vou ser seu amigo,
Vou lhe dar abrigo, se você quiser.
Quando surgirem seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel.

O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado, se lhe dá prazer.
A vida segue sempre em frente, o que se há de fazer.
Só peço a você um favor, se puder:
Não me esqueça num canto qualquer.

(Ei, com um post desses e um nome desses, vcs tavam esperando o que? Me dá um tempo! ^^)

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