sábado, fevereiro 5

Socialmente

Saudações, gente da net! Eis Louco de volta, depois de mais um pequeno exílio.

Nah, foi proposital, mesmo. Minha última vó viva recentemente foi pra prateleira de cima, e eu não tava muito animado pra vir conversar. Talvez fosse isso, tava meio sem assunto.

Minha irmãzinha voltou do Fórum Social. É, aquele do Rio Grande do Sul. Tô muito contente, pq tava sentindo falta dela e tbm pq ela chegou cheia de histórias maneiras, desfazendo alguns mitos ao falar do seu contato com outras nacionalidades. Argentinos e Uruguaios, por exemplo, q eu sempre vi com uma certa reserva e já ouvi histórias de uma notória propensão ao mau humor, são tremendamente gentis e adoram Brasileiros (a história q minha irmã contou da opinião de uma moça Argentina falando dos homens Brasileiros e dos Argentinos, e a descrição da mesma ao relatar nossas barrigas e a dos Argentinos foi algo q comédia). O mesmo se dando a Australianos, Americanos, Russos, Angolanos e Italianos (tem mais, mas eu não lembro). Todo mundo legal... bem, não todo mundo, não. Tinham uns malas por lá tbm. Temo q fosse impossível evitar isso; num lugar com muitas pessoas reunidas, querer q não tenha nenhum mala é como querer q o sol não nasça no dia seguinte.

Mais interessante foi o q ela falou sobre o q mais agradou no Fórum. Não a organização; essa deixou muito a desejar. Do calor, os pobres organizadores não podiam dar conta, mas muita coisa dali não rolou como tava prevista, muita coisa agendada não aconteceu e houve palestras q anunciavam algo e acabavam como seu oposto. Nah, o interessante do relato foi o fator humano.

Mais do que tudo, galera, o q faz uma reunião de uma pá de gente ser bem sucedida é a impressão q os participantes têm. E minha irmã sentiu uma ?harmonia?, uma coisa ?social? naquele lugar q só pode ser imaginada por quem não foi (este servo q vos fala, por exemplo). Shows ao vivo apinhados de gente e, assim mesmo, vc poder se aproximar do palco sem ter q abrir caminho na cotovelada; gente curtindo o show sem ter q se estapear, quando shows com muito menos gente costumam terminar em pancadaria. Umbandistas, hare-krishnas, ateus, reggaeiros, roqueiros e forrozeiros, todo mundo aproveitando cada espaço q podia, curtindo seus gostos pessoais um do lado do outro e sem criar caso por causa disso. Gente de nacionalidades, religiões, idiomas e ideais de vida terrivelmente diferentes, e ainda assim contentes até umas horas por estarem próximos uns dos outros, conversando com gente q nunca tinha visto como se fossem velhos amigos. Holy crap, ISSO é q é ?social?!

No entanto, a gente não consegue falar ?bom dia? pro motorista do ônibus. Não consegue dizer ?obrigado? pra um cobrador do mesmo ônibus. Nos aborrecemos com bobagens como o lugar do ônibus (q vc nem lembra depois q chega em casa), o fato de estar chovendo logo no dia em q não trouxemos guarda-chuva (como coisa q S. Pedro e os querubins subalternos fazem uma vigilância cerrada sobre a ?nossa? pessoa só pq não tem Cartoon Network lá em cima, e a diversão tá em falta).

Meu alter ego demônio, o Darris, já disse q ?a vida não é complicada; vcs, seres humanos, é q complicam o q tá fácil?. Sabe q é verdade? A vida sem dificuldades ia ser simples e muito chata; então, o homem criou os problemas, pra acabar com a chatice. E agora faz deles uma desculpa pra reclamar.

Esporte besta, esse aí. Quem sabe, um dia, a gente reencontra o caminho e deixa de se queixar de haver monstros no caminho. E tá fácil; é só lembrar q fomos nós q colocamos eles lá.

Pra encerrar, além dos amplexos do Louco, vai uma frase de um adesivo q minha irmã trouxe e q eu achei o máximo. Diretamente de ?Grafiti de Montevideo?...!
?Os Loucos e as Crianças são os únicos que dizem a verdade; os Loucos são aprisionados e as Crianças, educadas.?

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